Mais de 1,2 mil policiais participam de simulação de assalto do ‘Novo Cangaço’ em Campo Grande

Ruas fechadas, bandidos fortemente armados, tiros e bombas. ´Invasão´ à agência bancária movimentou a região do Bairro Coronel Antonino, em Campo Grande, na madrugada desta sexta-feira (15). Mas, o cenário digno de filme de ação, na verdade, fazia parte de simulação coordenada pela Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS), com objetivo de aprimorar o trabalho da corporação em situações de assaltos a bancos praticados por bandidos do “Novo Cangaço”.

Mais de 1,2 mil militares participaram da ação, que simulou ataque do crime conhecido como “novo cangaço”, modalidade que vem crescendo no Brasil e, normalmente, envolve ações para intimidar a população e policiais, causando pânico e medo.

“Estamos pegando como base as três últimas tomadas de cidades brasileiras, registradas em Araçatuba, Criciúma e Ourinhos. Em Araçatuba, por exemplo, eles fecharam um raio de aproximadamente 2 quilômetros. Depois que termina o assalto, eles saem em comboio e se espalham. A estratégia que adotamos aqui é deixar o roubo acontecer e depois fecha as saídas da cidade”, explica o tenente-coronel Guilherme Dantas Lopes, citando assalto na divisa de Mato Grosso do Sul que contou com cerca de 30 criminosos.

Na Capital, a simulação de assalto contou com a escalação de 18 militares para integrar quadrilha responsável pelo roubo. O grupo utilizou fuzis de grosso calibre, normalmente utilizados em guerras, metralhadoras e explosivos para aterrorizar.

Por cerca de 40 minutos, trecho da Avenida Presidente Castelo Branco, em frente à agência do Banco do Brasil, entre a Avenida Coronel Antonino e a Rua Dolor Ferreira de Andrade, ficou fechada.

“Esse é um dos pontos mais sensíveis, tanto que, meses atrás, teve a situação que tentaram cavar a região. Aqui fica dinheiro de praticamente todo o Estado”, destaca o tenente-coronel.

Estratégia

Militares posicionados para receber orientações. — Foto: Liniker Ribeiro

Diversas viaturas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), Choque e demais batalhões da PM estiveram no local. Porém, a estratégia adotada para combater o ataque não envolvia ação policial durante o assalto.

“Queremos evitar confronto de grande magnitude, preferimos usar inteligência e métodos que evitem essa situação”, explicou o subcomandante do BOPE, Ronaldo Moreira de Araújo. Com isso, os policiais aguardaram os assaltantes saírem do local para agir.

Dividido em 5 veículos, o grupo fortemente armado foi monitorado e barrado em diferentes saídas da cidade, como no caminho para Jaraguari, também em Três Lagoas, Sidrolândia e Rochedo. “Dados levantados pela nossa equipe mostram que apenas vinte minutos após o acionamento nossas equipes começaram o cerco nas rodovias e logo estava feito”, avalia o tenente-coronel Guilherme.

Curiosos

Vizinhos se reuniram para assistir simulação. — Foto: Liniker Ribeiro

Para não pegar a população, principalmente moradores do Bairro Coronel Antonino, de surpresa, a Polícia Militar divulgou a realização da simulação ainda no início da tarde de quinta-feira (14). Com o aviso, grupos de pessoas se programaram para acompanhar de perto o treinamento da polícia.

Ao lado de sete amigos, o empresário Igor Batisti, de 24 anos, foi preparado para não perder nada. “Ficamos sabendo pelo WhatsApp e como a turma já estava reunida, resolvemos vir assistir”, destacou.

O também empresário Wembley Guilherme, de 22 anos, chegou a se surpreender com o realismo do treinamento. “A expectativa era que acontecesse algo emocionante, mas não imaginei que fosse tão real assim, com bombas e tiros que imitam muito bem um cenário de assalto”, destacou.

Novo Cangaço

Ataques do “novo cangaço” tem se tornando mais frequentes em todo o país nos últimos anos, principalmente em cidades pequenas e médias. Investigações indicam que as ações são planejadas e executadas por membros de facções criminosas.

 

Fonte: G1

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