O ex-servidor comissionado da prefeitura de Campo Grande Victor Hugo Nogueira Ribeiro da Silva, de 36 anos, foi alvo de um mandado de prisão preventiva nesta quarta-feira (31). O alvo foi preso pelos crimes de coação no curso do processo, corrupção ativa de testemunhas e favorecimento a prostituição.
A determinação da juíza May Melke do Amaral atende o pedido da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e faz parte das investigações de supostos crimes sexuais envolvendo o candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, Marquinhos Trad (PSD).
A delegada do caso, Maira Machado, confirmou a prisão, mas não deu detalhes. Victor Hugo está na delegacia para prestar depoimento, como apurou a reportagem.
Também foi feita operação de busca e apreensão na casa de Victor e em um lava a jato, no bairro Vilas Boas. Conforme a decisão judicial, devem ser recolhidos desde celular e computadores até correspondências que possam colaborar com a apuração policial. Não há detalhamentos das suspeitas que pesam contra o ex-comissionado.
Victor Hugo já teve passagem por várias secretarias municipais desde 2017, quando começou a gestão de Marquinhos Trad. Em janeiro do ano passado, a lotação do homem preso era no gabinete do prefeito. Em julho ele foi exonerado.
Leia a nota da Polícia Civil na íntegra:
“A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, através da Delegacia de Atendimento à Mulher – DEAM cumpriu, no final da manhã desta quarta-feira (31), mandado de prisão preventiva de um homem, de 36 anos, pelos crimes de Coação no Curso do Processo, Corrupção Ativa de Testemunhas e Favorecimento a Prostituição. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em dois imóveis, sendo um comercial e o outro onde foi constatado que funcionava uma casa de prostituição. Durante as diligências foram apreendidos diversos objetos que guardam relação com os crimes mencionados”.
Investigações
A Deam em Campo Grande aponta que 12 mulheres já denunciaram o ex-prefeito da capital e candidato ao governo do estado pelo PSD, Marquinhos Trad, no inquérito por suspeita de crimes como assédio sexual, importunação sexual, favorecimento a prostituição, estupro e tentativa de estupro.
O inquérito foi aberto a partir dos depoimentos de quatro mulheres feitos entre os dias 4 e 5 de julho, na Corregedoria da Polícia Civil.
As advogadas de Trad, negam as acusações e dizem que se trata de armação política. O ex-prefeito admitiu publicamente que manteve relações sexuais consensuais com duas das mulheres que fizeram a denúncia.
No dia 9 de agosto, como parte das investigações, policiais da Deam e peritos cumpriram mandado de busca a apreensão no gabinete da prefeitura de Campo Grande. Dois computadores foram apreendidos e serão periciados.
Fonte: G1/MS Foto: Marcos Ermínio