Ela queria retribuir tudo aos pais e seguir na medicina; ele ia finalmente conhecer a neta recém-nascida
Thais Dias
A vida promissora da médica Andrezza das Neves Felski, de 27 anos, foi interrompida de forma trágica no último domingo (15) em um acidente na BR-262, na região do Buraco das Piranhas, em Corumbá. A jovem, que voltava de férias ao lado do namorado, um delegado de polícia de Mato Grosso do Sul, foi uma das vítimas da colisão entre um ônibus da Viação Andorinha e um caminhão.
“Ela tinha tantos sonhos a serem realizados”, lamenta a médica Juliana Paz de Bravo, amiga de Andrezza. Com voz embargada, Juliana descreve a colega como uma pessoa sempre sorridente, alegre e dedicada aos pais, a quem queria retribuir todo o apoio recebido. Formada em Medicina na Bolívia em 2023, Andrezza havia iniciado sua carreira como médica da UBS São Bartolomeu, em Corumbá, pelo programa Mais Médicos, e se preparava para prestar o Revalida com o objetivo de se especializar e crescer na profissão.
O acidente ocorreu quando o ônibus em que Andrezza viajava invadiu a contramão após o motorista perder o controle devido a uma falha na pista. O caminhoneiro tentou desviar, mas não conseguiu evitar o choque. Uma barra de ferro do caminhão atravessou o para-brisa do ônibus, atingindo os passageiros da frente. Além de Andrezza, o aposentado Marcelino Florentino Filho, de 84 anos, também morreu no local. Ele seguia para Corumbá para conhecer a neta recém-nascida, com menos de 20 dias de vida. Duas pessoas ficaram feridas leves, e uma criança foi transferida em estado grave para a Santa Casa de Campo Grande.
Enquanto as investigações sobre as causas do acidente continuam, familiares e amigos se despedem de seus entes queridos.
A morte precoce da jovem médica deixou amigos e colegas de profissão em choque. Nas redes sociais, parentes e conhecidos compartilham homenagens, lembrando da alegria e da força que marcavam a personalidade de Andrezza. O acidente reacende o debate sobre a segurança na BR-262, trecho conhecido por acidentes graves, e deixa a pergunta: quantas vidas ainda serão interrompidas antes que medidas efetivas sejam tomadas?