Governador defende “serenidade” em meio a críticas ao Judiciário; vereadores citam “arbitrariedades” e anunciam nova manifestação para 7 de setembro
Thais Dias
Em meio a um cenário de crescente polarização e incertezas no país, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, usou suas redes sociais para criticar o que chamou de “excessos judiciais”. Em publicação no X (antigo Twitter), Riedel afirmou que medidas como prisão domiciliar sem julgamento concluído e restrição de direitos fundamentais estão alimentando uma “escalada temerária” da tensão política e jurídica no Brasil.
O governador destacou que, em um momento de graves incertezas econômicas, essas ações não beneficiam os brasileiros e prejudicam a pacificação do país. Riedel, que atualmente está em missão no Continente Asiático em busca de novos mercados para as exportações de Mato Grosso do Sul, enfatizou a necessidade de reduzir as tensões e retomar o diálogo. “Precisamos pensar menos em política e mais no país agora”, escreveu.
Vereadores de Três Lagoas Entram no Debate
O assunto também repercutiu na Câmara Municipal de Três Lagoas durante a sessão desta terça-feira, 5. O vereador Sargento Rodrigues usou a tribuna para criticar o que classificou como “arbitrariedades” no cenário político brasileiro. “Justiça se faz na primeira instância, depois só por Deus”, declarou.
Rodrigues mencionou a manifestação ocorrida no último domingo na Praça Ramez Tebet, organizada por grupos que alegam perseguição à direita. O vereador também comentou sobre a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro e rebateu alegações de golpe de Estado. “Como se dá golpe de Estado quando o outro presidente já estava empossado?”, questionou.
O parlamentar ainda fez críticas ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmando que ele “detém o poder da caneta” e decide “quem fica preso e quem fica solto”. Rodrigues anunciou que uma nova manifestação está marcada para o dia 7 de setembro.
O vereador Marco Silva apoiou as declarações de Rodrigues, reforçando a necessidade de debate sobre o tema.
As falas na Câmara de Três Lagoas refletem o clima de divisão que tem marcado o país, com discussões acaloradas sobre o papel do Judiciário e a polarização política. Enquanto alguns defendem a normalidade institucional, como destacou Riedel, outros veem abuso de poder e perseguição.
O desafio, conforme apontado pelo governador, é equilibrar a busca por justiça com a necessidade de estabilidade, especialmente em um momento em que o Brasil enfrenta crises econômicas e sociais. A serenidade e o bom senso, como destacou Riedel, parecem ser mais urgentes do que nunca.