Empresário alvo da PF mantém R$ 300 milhões em contratos com o governo de MS

Investigado por fraude no Amapá, dono da LCM segue ativo em obras milionárias no estado, incluindo reforma de rodovia já marcada por escândalo.

 

Thais Dias

Enquanto a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) investigam o empresário Luiz Otávio Fontes Junqueira, dono da LCM Construção e Comércio S.A., por suposto esquema de fraude em licitações no Amapá, sua empresa mantém contratos milionários com o governo de Mato Grosso do Sul. Somando acordos ativos e já encerrados, os valores ultrapassam R$ 300 milhões nos últimos quatro anos, segundo dados do Portal da Transparência.

A Operação Route 156, deflagrada há 17 dias, apura desvios em contratos com o DNIT no Amapá que totalizam R$ 60 milhões. Embora um mandado de busca tenha sido expedido para endereço em Campo Grande, a PF não encontrou o investigado, que já teria se mudado.

Em MS, a LCM tem três contratos ativos com a Agesul, somando R$ 132,5 milhões. O maior deles, de R$ 107,9 milhões, é para reforma da MS-436, rodovia que apresentou problemas dois anos após sua inauguração em 2013 e foi alvo da Operação Lama Asfáltica, que prendeu o então governador André Puccinelli.

A Agesul informou que não rescindirá os contratos, pois as investigações não envolvem os acordos firmados em MS e não há registros de problemas na execução. Além disso, a LCM tem contrato de R$ 46,7 milhões com o DNIT em MS para obras nas BR-158 e BR-262.

Nacionalmente, a empresa firmou 29 contratos com o DNIT desde janeiro de 2023, totalizando R$ 1,5 bilhão. Durante o governo Bolsonaro, recebeu R$ 366 milhões da autarquia. O caso reacende o debate sobre fiscalização em licitações públicas e a qualidade de obras rodoviárias no estado.

 

 

Compartilhe nas Redes Sociais

Banca Digital

Edição 256