Após rompimento com governo, PT perde mais um cargo comissionado em MS

Washington Willeman deixa a presidência da Agraer; mudanças na base aliada motivam série de exonerações e nomeações em secretarias

 

O Diário Oficial do Estado desta segunda-feira refletiu os desdobramentos do rompimento político entre o PT e o governador Eduardo Riedel (PP). A publicação trouxe a exoneração de Washington Willeman de Souza do cargo de diretor-presidente da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). Willeman, servidor efetivo do quadro do Estado, estava no comando da agência desde o início de 2023 e era uma indicação de parlamentares do PT.

Sua saída é a mais recente de uma série de mudanças nos cargos comissionados ocupados por indicações do partido, que decidiu sair da base de apoio ao governo no início de setembro. De acordo com o DO, outro servidor do quadro efetivo deve assumir o posto, mas o nome ainda não foi divulgado.

Reorganização na máquina pública

Além da exoneração na Agraer, o Diário Oficial trouxe uma série de outras nomeações e exonerações, principalmente na Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), descrita como uma “pasta guarda-chuva” para acomodar as mudanças políticas.

Entre as movimentações publicadas, estão as exonerações de dois diretores comissionados e quatro assessores da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos, ligada à Semadesc. Também houve substituições de comissionados nas pastas da Infraestrutura e Logística e em outras áreas.

Na Agraer, também foi publicada a substituição do coordenador de Apoio à Inclusão Sanitária, Agroindústria e Certificação da Produção Familiar, David Lourenço, por Cleiton Douglas da Silva. Ambos são servidores efetivos.

As mudanças têm motivação claramente política. Elas começaram a ser implementadas na segunda semana de setembro, após parlamentares e dirigentes do PT se reunirem com o governador Riedel e oficializarem a decisão de deixar a base de apoio.

A decisão do partido foi tomada após o governador publicar em suas redes sociais o apoio à anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda em agosto. A saída, no entanto, só foi concretizada após o retorno de Riedel de uma viagem oficial à Ásia.

Com a saída da base, o PT perde o direito de indicar nomes para cargos comissionados. O partido tinha indicações em subsecretarias da área da Cidadania – que já foram desocupadas – e na área de agricultura familiar, como o cargo na Agraer, que estão sendo gradualmente substituídos. Parlamentares petistas já previam que o desligamento seria gradativo, uma vez que algumas pessoas indicadas estavam envolvidas em projetos em andamento.

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Edição 261