Operação “Fluxo Oculto” cumpre 139 medidas em quatro estados, incluindo Mato Grosso do Sul; alvos em Campo Grande teriam fugido horas antes das buscas
A Polícia Civil de Goiás deflagrou na manhã desta terça-feira (30) uma grande operação contra uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas e crimes financeiros. Batizada de “Fluxo Oculto”, a ação cumpre 139 medidas judiciais em quatro estados – Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Paraná – e determinou o bloqueio de mais de R$ 4 milhões em bens e valores ligados ao esquema.
Em Mato Grosso do Sul, as diligências contam com apoio do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e foram realizadas em Campo Grande, Cassilândia e Chapadão do Sul. O grupo investigado atuava no transporte de entorpecentes originários do Paraguai para abastecer o mercado goiano.
De acordo com o delegado Haroldo Padovani, um dos coordenadores da operação, a organização mantinha uma sofisticada estrutura logística e financeira, atuando também em crimes como furto qualificado mediante fraude eletrônica, estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Na capital sul-mato-grossense, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nos bairros Itamaracá, Moreninhas e Coophatrabalho, todos relacionados ao tráfico de drogas. Também havia mandados de prisão nos mesmos endereços, mas, de acordo com a polícia, os investigados já haviam fugido antes do início da ação.
“Acredita-se que os alvos tenham escapado horas antes da operação ser deflagrada”, informou a Polícia Civil em nota. A suspeita é de que os criminosos tenham sido alertados sobre as investigações, o que está sendo apurado.
Além dos mandados de busca e apreensão, a “Fluxo Oculto” inclui medidas de prisão preventiva e temporária, afastamento de cargos públicos (quando envolvidos) e a interdição de pontos de venda de drogas. O bloqueio de R$ 4 milhões em bens atinge diretamente o patrimônio acumulado pela organização com atividades ilícitas.
A operação buscou desarticular toda a cadeia do grupo – desde a aquisição das drogas no Paraguai, passando pelo transporte até a distribuição em Goiás e outros estados, além dos mecanismos de lavagem de dinheiro e fraudes bancárias.
Crimes comuns na mira
Além do tráfico internacional de drogas, os investigados são suspeitos de cometer:
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Furto qualificado por fraude eletrônica
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Estelionato
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Lavagem de dinheiro
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Associação criminosa
Segundo as investigações, a organização utilizava contas bancárias “laranjas” e empresas de fachada para ocultar a origem do dinheiro obtido ilegalmente.
A “Fluxo Oculto” é considerada pela Polícia Civil de Goiás um dos maiores golpes financeiros e logísticos já aplicados contra essa organização criminosa. As investigações continuam em andamento, e novos desdobramentos são esperados nas próximas semanas.