Estado ocupa a 5ª posição no ranking nacional e lidera no Centro-Oeste em inclusão laboral de mulheres presas; mais de 65% dos detentos trabalhadores recebem remuneração
Mato Grosso do Sul emerge como um dos estados brasileiros com maior engajamento da população prisional em atividades laborais. Dados do 18º ciclo do Levantamento de Informações Penitenciárias (SISDEPEN), divulgados pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), revelam que 33,53% dos presos do estado estão envolvidos em trabalho, seja dentro ou fora dos estabelecimentos penais.
O número coloca o estado entre os dez com os maiores percentuais do país, superando a média nacional, que é de 26,15%. Em números absolutos, dos 17.478 pessoas encarceradas no estado, 5.860 estão ocupadas com alguma forma de trabalho. Os dados não incluem pessoas em regime de monitoramento eletrônico.
Um dos destaques do relatório é a posição de Mato Grosso do Sul no cenário nacional: o estado é o quinto no ranking geral e o líder na região Centro-Oeste em inclusão de mulheres em atividades laborais no sistema prisional. Atualmente, 535 mulheres custodiadas trabalham, um indicativo dos esforços para promover oportunidades independentemente do gênero.
A remuneração é outro ponto forte das políticas sul-mato-grossenses. Conforme a Agepen, mais de 65% dos detentos empregados recebem pagamento pelo serviço prestado. Esse índice ganha ainda mais relevância quando comparado a estados como o Maranhão, que, mesmo liderando o ranking nacional em percentual de presos trabalhando, remunera menos de 20% deles.
Para a diretora de Assistência Penitenciária da Agepen, Maria de Lourdes Delgado Alves, o trabalho dentro do sistema prisional vai muito além da ocupação. Ela o define como uma ferramenta crucial de transformação social.
“Cada oportunidade de colocação no trabalho representa uma nova chance de recomeço, fortalecendo a disciplina, o senso de responsabilidade e a autoestima dos custodiados”, afirmou a diretora.
Os números reforçam a atuação do estado na promoção de políticas públicas que visam não apenas a custódia, mas a ressocialização, oferecendo através do trabalho um caminho para a reintegração e a construção de um novo projeto de vida para aqueles que cumprem pena.