Metodologia baseada em evidências direciona recursos, evita desperdícios e já rende prêmio de inovação ao Estado
A adoção de uma gestão baseada em indicadores tem transformado radicalmente a forma como o Governo de Mato Grosso do Sul planeja e executa suas ações. Com uma abordagem que prioriza dados precisos sobre desempenho, impacto e eficiência, o Estado está canalizando recursos e esforços para onde realmente importa, melhorando a entrega de serviços à população.
Na prática, a utilização de indicadores permite o monitoramento detalhado de diversas áreas da administração. Na Educação, por exemplo, são observadas dimensões críticas como acesso, permanência e aprendizagem. Dados sobre abandono escolar funcionam como um termômetro da permanência dos estudantes, enquanto os resultados de proficiência no SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) revelam o nível de aprendizagem e a efetividade das estratégias pedagógicas.

Segundo a Secretaria-Executiva de Gestão Estratégica e Municipalismo (Segem), responsável pela iniciativa, esses números são fundamentais. “Dados como os da Educação permitem identificar a evolução das políticas públicas ao longo dos anos, pontuar séries históricas, comparar o desempenho com outros estados e, consequentemente, intensificar políticas de busca ativa ou aprimorar ações voltadas à qualidade do ensino”, explica a pasta.
Do Econômico ao Social: Dados Guiam Decisões
O campo econômico também se beneficia dessa sistemática. Indicadores como o de acompanhamento do saldo de empregos formais oferecem uma leitura contínua sobre a geração de trabalho, permitindo direcionar políticas de qualificação profissional e incentivo ao desenvolvimento local.
“Se a gestão pública não mede relevância e impacto, perde-se a noção de prioridade. Quando conseguimos conectar as ações de governo ao resultado que queremos alcançar, damos mais inteligência ao processo decisório, evitamos retrabalho e desperdício”, afirma o secretário-executivo da Segem, Thaner Nogueira.
Ele ressalta o poder orientador dos indicadores: “Com dados robustos, orientamos a base técnica a direcionar todos os tipos de recursos – financeiros, humanos e logísticos – para que as instituições alcancem resultados concretos. À medida que essa conexão entre ações, metas e indicadores amadurece, percebemos com mais nitidez a evolução e as transformações nas políticas públicas”.
Sistema Integrado e Monitoramento em Tempo Real
Atualmente, a Segem acompanha um total de 54 metas estratégicas, 118 relacionadas a programas e 173 vinculadas a contratos de gestão. Tudo isso é feito por meio de um sistema integrado que opera em três níveis: estratégico, tático e operacional. Esse modelo viabiliza o monitoramento em tempo real do desempenho das políticas públicas e orienta decisões baseadas em evidências, fortalecendo a eficiência e a transparência.
Segundo a Segem, essa nova política de uso de dados marca um avanço na consolidação de métricas comparáveis, o que possibilita análises mais profundas e revela com mais clareza gargalos e potencialidades em cada área de atuação do governo.
“Sem um indicador claro, perde-se a referência do caminho. Os indicadores são esse instrumento que direciona os esforços do governo para melhorar a vida da população, tornar o Estado mais competitivo e aproximá-lo do desenvolvimento sustentável”, destaca Nogueira, acrescentando: “Fazer gestão sem indicadores é depender de percepções e outros elementos que podem induzir ao erro. Com dados, ganhamos precisão, foco e capacidade de entrega”.
Reconhecimento e uma Nova Cultura de Governança
O sucesso da metodologia foi reconhecido com a conquista do 3º lugar no Prêmio Sul-Mato-Grossense de Inovação na Gestão Pública, na categoria ‘Práticas Inovadoras’. Desenvolvida por Leandro Sauer, Mateus Boldrine Abrita e Bruna Campos, a metodologia fortalece o uso de instrumentos de planejamento e reafirma a cultura de gestão orientada por resultados.
“O diferencial está no modo de fazer. A construção foi coletiva, envolvendo técnicos, gestores e o próprio governador, todos alinhados pelo mesmo propósito: transformar dados em decisões e decisões em resultados”, apontam os desenvolvedores. “Assim, projetamos um modelo inédito no Estado, em que todos passaram a falar a mesma língua – a língua dos dados. Mais do que números, o que se consolidou foi uma nova cultura de governança pública, baseada em evidências, de forma transparente e participativa – e implementada sem gerar qualquer custo adicional aos cofres públicos”.
A iniciativa consolida, portanto, um novo patamar na administração pública estadual, onde a tomada de decisão deixa de depender de impressões e passa a ser guiada por dados concretos, assegurando que cada recurso público seja investido de forma a gerar o máximo de benefício para a sociedade.











