O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) deflagrou, na manhã desta terça-feira (18), a Operação Dirty Pix, que apura um esquema de corrupção responsável pelo desvio de R$ 5,4 milhões em recursos públicos destinados ao Hospital Elmíria Silvério Barbosa, em Sidrolândia. A investigação é conduzida pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC/MPMS) em apoio à 3ª Promotoria de Justiça do município.

Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em Sidrolândia (MS) e Manaus (AM), com apoio operacional dos Grupos Especiais de Repressão ao Crime Organizado (GAECOs) de Mato Grosso do Sul e do Amazonas. As ordens foram expedidas no âmbito de uma investigação que apura crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.

Segundo o MPMS, o montante de R$ 5,4 milhões foi repassado pelo Governo do Estado ao Município de Sidrolândia para a compra de um aparelho de ressonância magnética e um autoclave hospitalar. No entanto, parte do valor teria sido desviada pela administração do hospital em conluio com a empresa fornecedora responsável pelos equipamentos.

As apurações revelam que a empresa realizou uma série de transferências via Pix, prática que deu nome à operação, diretamente ou por meio de terceiros, beneficiando o presidente do hospital e vereadores envolvidos no esquema. O termo “Dirty Pix” significa “pix sujo”, fazendo referência ao uso ilícito desse meio de pagamento para encobrir as transações indevidas.

De acordo com o MPMS, além de participar do desvio, a empresa pagou vantagens indevidas a alguns vereadores do município, aprofundando a suspeita de favorecimento político e corrupção institucional. O objetivo agora é avançar na análise dos materiais apreendidos para esclarecer o papel de cada investigado e rastrear o destino final dos valores desviados.

A operação marca mais um passo na atuação dos órgãos de combate à corrupção do Estado, com foco na recuperação dos recursos públicos e na responsabilização dos envolvidos.