O deputado estadual Pedro Caravina (PSDB-MS) afirmou que tem disposição para assumir o comando do PSDB em Mato Grosso do Sul e liderar a formação de duas chapas, uma estadual e outra federal, durante a reorganização interna que o partido atravessa. A movimentação ocorre às vésperas da convenção nacional, que será realizada em Brasília, e coloca em disputa a presidência regional da sigla, hoje no centro de articulações entre grupos internos.
Nos bastidores, vereadores de Campo Grande já se articulam para que Caravina assuma o diretório estadual, em vez do deputado federal Geraldo Resende, nome que também circula como possível comandante da sigla. “Quero ficar no PSDB e ajudar a reorganizar”
Caravina confirmou que participará da convenção nacional ao lado da deputada estadual Lia Nogueira. Segundo ele, a direção nacional deve confirmar Aécio Neves no comando do partido, e a expectativa era que Beto Pereira assumisse o diretório estadual, com Caravina à frente da montagem da chapa de deputados estaduais.
No entanto, a possibilidade de Beto migrar para o Republicanos teria embaralhado a articulação. “Havia uma conversa do Beto Pereira assumir e eu ficar junto com ele, pra gente tocar junto: eu organizaria a chapa estadual, e o Beto ajudaria a montar a federal. Só que o Beto tá dando declaração todo dia que vai pro Republicanos. Tá esquisito, né? Como é que você vai ficar no partido dizendo isso?”, questionou Caravina.
Ele afirmou que deseja permanecer no PSDB e que está disposto a assumir o comando partidário caso a permanência de Beto Pereira não se confirme. “Se ficar, eu prefiro. Porque eu sei que vou dar conta de organizar. Mas não faço questão que seja eu, se o Beto firmar que vai ficar. O PSDB quer ter chapa federal e estadual. Meu interesse maior é a estadual, mas temos que pensar no partido como um todo”, disse.
Caravina destacou que o PSDB vive um processo de reestruturação nacional, com a entrada de novas lideranças e reposicionamento político. “O partido está tentando se reerguer, atraindo lideranças, atraiu o Ciro Gomes, está tentando se reinventar. Eu sou a favor dessa reinvenção, porque o PSDB está fora dessa polarização”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de não permanecer no PSDB caso não seja convidado a conduzir a reorganização regional, Caravina não descartou outros cenários. “Aí eu tenho que sentar com o governador, tenho que pensar. Não sei se vai ter essa proposta de reestruturar o PSDB. PSD? Havia conversa também. Mas temos que esperar”, afirmou, citando que o PSD hoje está sob forte influência de Nelsinho Trad e que uma eventual migração depende das tratativas em Brasília.
A decisão sobre o comando tucano em Mato Grosso do Sul deve ganhar contornos mais claros após os encontros da direção nacional nesta quinta-feira. Nos corredores políticos, porém, cresce a impressão de que Caravina já reúne apoio suficiente, especialmente na Capital, para assumir o protagonismo na próxima fase do PSDB sul-mato-grossense.
