À frente da PRF, Fabrício Riquette detalha estratégias para rodovias e alerta sobre ‘canetas emagrecedoras’

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Em entrevista ao Papo de Expressão, Fabrício Riquette falou sobre os desafios à frente da delegacia, os riscos na BR-262, o aumento de apreensões e deu orientações para as viagens de fim de ano

 

O Policial Rodoviário Federal Fabrício Riquette, novo titular da delegacia da PRF na região de Três Lagoas, concedeu uma entrevista abrangente ao Papo de Expressão, abordando desde a transição de comando até os detalhes do combate ao crime organizado nas rodovias federais. Com quase 20 anos de experiência na região, Riquette assumiu o posto após a aposentadoria do inspetor José Torres e já traça planos de ação.

Questionado sobre suas primeiras ações à frente da delegacia, Riquette destacou a importância de dar continuidade aos trabalhos já consolidados, mas com um olhar voltado para otimizações.

“A prioridade é manter a eficiência operacional e aprofundar a integração com as demais forças de segurança. Estamos avaliando a logística e os pontos críticos para potencializar nossa presença e resultados, sempre com foco na prevenção de acidentes e no combate à criminalidade”, afirmou.

Sobre a BR-262, trecho historicamente crítico e chamado de “Rodovia da Morte”, Riquette reconheceu o problema da duplicação – inviabilizada pelo DNIT no trecho até Campo Grande – mas apontou alternativas. “Enquanto a obra não avança, nosso trabalho de fiscalização e educação é intensificado. Ações de policiamento ostensivo, radares móveis em pontos de alto índice de acidentes e campanhas educativas são ferramentas contínuas. A segurança depende também da conscientização dos motoristas sobre os riscos de ultrapassagens proibidas e do excesso de velocidade nessa via”, explicou.

O tema sensível de atropelamentos de animais, que já causaram mortes de condutores, também foi abordado. Riquette foi direto:

“A precaução maior deve ser com a velocidade compatível com a visibilidade, principalmente à noite. O condutor deve trafegar dentro do limite e sempre com os faróis altos, quando não houver veículo no sentido contrário. Reduzir a velocidade ao avistar reflexos nos olhos dos animais à beira da pista é crucial. A maioria desses acidentes graves está associada à velocidade alta e à reação brusca, que pode levar à perda de controle”.

O inspetor confirmou o significativo aumento nas apreensões de drogas, cigarros contrabandeados e, mais recentemente, das chamadas “canetas emagrecedoras” (que contêm substâncias não autorizadas). “Isso se deve a uma combinação de fatores: investimento em inteligência policial, capacitação constante dos nossos agentes e o fortalecimento da integração com outras polícias. MS, por sua localização geográfica estratégica, é efetivamente um corredor logístico para o crime, e estamos aprimorando nossa capacidade de interceptação”, detalhou Riquette.

Sobre as “canetas”, ele alertou:

“Quem as transporta sem autorização pode responder por contrabando ou descaminho, além de crimes contra a saúde pública (Lei 11.343/06 – tráfico de drogas, dependendo da substância). As penas podem chegar a mais de 15 anos de reclusão, a depender da quantidade e da tipificação. Não é um risco pequeno, é crime grave”.

Sobre o fluxo de veículos roubados, Riquette confirmou que as apreensões também têm crescido. “Trabalhamos com sistemas de consulta em tempo real e cruzamento de dados. Por sermos um estado de passagem, a checagem rigorosa nas barreiras é fundamental para interromper essa rota do crime”.

A parceria com outras forças, segundo ele, é a chave para os bons resultados. “O trabalho em conjunto com a Polícia Federal, Civil e Militar é diário e essencial. Compartilhamos informações, planejamos operações integradas e atuamos de forma complementar. Essa sinergia multiplica a eficácia de todas as instituições”.

Alertas para as viagens de fim de ano

Com a aproximação das férias e das festas de Natal e Ano-Novo, Riquette deixou conselhos diretos aos condutores:

  • Planejamento: Verifique o veículo (pneus, óleo, documentos) antes de viajar.

  • Descanso: Nunca dirija com sono. Pare a cada duas horas ou ao sentir qualquer sinal de cansaço.

  • Sobriedade: Álcool e direção não combinam. A PRF terá operações específicas de fiscalização.

  • Paciência: O fluxo será maior. Mantenha distância do veículo da frente e evite manobras arriscadas.

  • Cinto de segurança: Todos os ocupantes, nos bancos dianteiro e traseiro, devem usar.

A entrevista completa com o PRF Fabrício Riquette está disponível no canal do Expressão MS:

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Edição 268