Dados da Sejusp apontam tendência de alta nos acidentes fatais; tragédia na BR-262, que matou idoso e bisneta de 11 anos, ilustra cenário de risco antes do período crítico de festas
Antes mesmo do encerramento do ano, 2025 já se tornou o período com o maior número de mortes no trânsito da Capital desde 2019. Levantamento da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) contabiliza 75 vítimas fatais em acidentes até agora – um patamar que ainda pode subir, dado o histórico de aumento de ocorrências graves durante as festas de fim de ano e férias.
Os números revelam uma curva irregular, porém com tendência de alta recente. Em 2019, foram 66 mortes; em 2020, 64. O menor índice ocorreu em 2022, com 56 casos. Em 2023, o total saltou para 73, seguido por 69 em 2024. Agora, em 2025, o recorde dos últimos sete anos foi superado antes do último dia do calendário.
Os dados ganham contorno dramático em casos como o último acidente fatal registrado na Capital, na BR-262, saída para Três Lagoas. Na colisão frontal entre um HB20 e um veículo de cor cinza, morreram Valdemar Paulo da Penha, 80 anos, e sua bisneta de 11 anos.
De acordo com o tenente Randolfo Rocha, do Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu quando o carro cinza tentou realizar uma ultrapassagem. “O veículo não concluiu a manobra, tentou desviar para o acostamento, rodou na pista e saiu para a vegetação. O motorista do HB20 tentou frear, mas não evitou a colisão”, detalhou.
A criança foi retirada do carro por testemunhas, que tentaram reanimá-la sem sucesso. O SAMU constatou os óbitos no local. A motorista do carro cinza, de 47 anos, sobreviveu com ferimentos. Dentro do veículo, malas, mochilas e cobertores indicavam uma viagem longa – a família vinha de São Paulo.
As autoridades reforçam que o período de festas e férias tende a concentrar mais ocorrências graves, devido ao maior fluxo de veículos, viagens e confraternizações. Os números já registrados em 2025 reacendem o alerta sobre imprudência, excesso de velocidade e ultrapassagens indevidas – fatores que seguem determinando tragédias no trânsito da cidade.
A Sejusp e órgãos de trânsito reforçam campanhas educativas e a presença de fiscalização, na tentativa de conter a escalada de mortes. Ainda assim, a expectativa é de que as estatísticas finais de 2025 confirmem o ano como o mais violento no trânsito da Capital em quase uma década.
