Trabalhadores dos Correios em MS aprovam acordo coletivo e descartam adesão à greve nacional

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Acordo mediado pelo TST prevê reajuste de 5,13% a partir de abril de 2026 e altera regras de jornada; operações no estado seguem normais

 

Os trabalhadores dos Correios em Mato Grosso do Sul decidiram, em assembleia realizada nesta terça-feira (23), aprovar a proposta de acordo coletivo mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), afastando a possibilidade de adesão à greve nacional que ocorre em outros estados. Com a decisão, as agências seguem funcionando normalmente em todo o território sul-mato-grossense.

O acordo, que terá validade de dois anos, prevê reajuste salarial de 5,13%, com aplicação a partir de abril de 2026 e pagamento retroativo a janeiro do mesmo ano. A data-base da categoria é 1º de agosto, o que representa perda acumulada no período anterior ao reajuste.

Mudanças na jornada e benefícios

Além do ajuste salarial, a proposta aprovada altera pontos sensíveis da jornada e dos adicionais. Entre as principais mudanças estão:

  • Fim do ponto por exceção para carteiros;

  • Encerramento do pagamento de hora extra tripla em domingos e feriados, que passará a seguir o adicional de 100% previsto na legislação geral.

Por outro lado, foi mantido o adicional de 70% sobre as férias, percentual acima do mínimo legal.

Em entrevista ao Campo Grande News, o presidente do Sintect-MS, Wilton dos Santos Lopes, explicou que a decisão levou em conta o cenário financeiro da estatal.
“É uma proposta que tem perdas para os trabalhadores, mas a maioria avaliou que, diante da situação econômica dos Correios, era melhor aprovar”, afirmou. Wilton reforçou que a aprovação encerra qualquer possibilidade de greve no estado.
“Os trabalhadores de Mato Grosso do Sul aprovaram a proposta mediada no TST, então aqui não tem greve”, destacou.

A ata da assembleia será formalizada nos próximos dias pelo sindicato.

Cenário nacional dividido

Enquanto no MS a categoria aprovou o acordo, a Fentect (Federação Nacional) orientou os sindicatos a rejeitarem a proposta. Trabalhadores de pelo menos nove estados iniciaram paralisações parciais, mas, segundo os Correios, cerca de 91% do efetivo nacional permanece em atividade, com impactos pontuais em algumas unidades.

A decisão sul-mato-grossense reflete uma postura pragmática diante das limitações financeiras da empresa, ainda que com concessões consideradas difíceis pela base.

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Edição 269