Água Clara registra média de 2 estupros por mês em 2022

Na última semana, um professor de música foi preso suspeito de abusar sexualmente de uma criança, uma menina de 9 anos, dentro de uma escola, em Água Clara. Esse caso é a 13ª ocorrência de violência sexual apenas nesse ano, com o registro a cidade já tem mais casos de estupro nesses primeiros seis meses do que em todo ano de 2021.

Segundo dados da Polícia Civil, o município já registrou 13 casos de estupro neste ano. Das 13 ocorrências, 5 foram contra crianças e 7 contra adolescentes.

Já em 2021, durante todo o ano foram registrados 12 casos de estupro, 3 contra crianças e 7 contra adolescentes.

Criança estuprada dentro da escola

Na última semana, um professor de música foi preso suspeito de abusar sexualmente de uma criança dentro de uma escola.

O caso chegou à Polícia Civil após denúncia do Conselho Tutelar. A mãe da vítima narrou ao conselho o abuso sofrido pela filha dentro do banheiro de uma escola de música da cidade.

Em depoimento, a mãe afirmou que foi buscar a filha na escola e a encontrou trancada no banheiro junto com o professor. Após questionar porquê ambos estariam no banheiro, a resposta dada pelo suspeito é de que ele estaria fazendo a limpeza do local.

Após chegar em casa, a filha contou à mãe que tinha sido abusada sexualmente no banheiro da escola.

Conforme divulgado pela Polícia Civil, a vítima realizou exame sexológico que constatou o abuso sexual. Com os fatos, a polícia fez o pedido à Justiça de Mato Grosso do Sul pela prisão preventiva do suspeito, o Ministério Público deu parecer favorável para a preventiva do suspeito que foi decretada pelo Poder Judiciário.

O professor suspeito foi preso dia 27 de junho,  as investigações devem seguir com o indiciado preso e o inquérito policial tem o prazo de dez dias para ser concluído.

Violência Sexual no Brasil e o perfil dos agressores

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), lançou, no mês de Maio, a cartilha Maio Laranja, sobre proteção à exploração sexual de crianças e adolescentes.

De acordo com a cartilha, apenas em 2021 foram registradas mais de 100 mil denúncias de violações de Direitos Humanos contra crianças e adolescentes. Dessas, 18.681 foram denúncias de violências sexuais tendo como vítima o público infantojuvenil.

É importante ressaltar que os dados apontam que cerca de 90% dos agressores sexuais são pessoas Conhecidas da criança ou do adolescente, desses, 30% são pais e 60% são conhecidos da vítima e da família.

Como prevenir?

Em 2020 a jornalista Patrícia Marinho de Almeida, 54, lançou a cartilha “EU ME PROTEJO” . Com o objetivo de criar um material que pudesse ser usado para educação e autoproteção, a idealizadora uniu desenhos e textos de fácil compreensão nesse projeto.

Em sua página oficial, o projeto “Eu Me Protejo” informa que “foi criado para servir de apoio a famílias e educadores em conversas com os pequenos desde cedo sobre os seus corpos e como protegê-los, evitando situações de violência.

O site do projeto traz cartilhas ilustradas, em linguagem acessível, voltada para crianças de 0 a 8 anos, para ser lida pela criança junto com os pais, parentes ou educadores”.

Entre as dicas que constam no material estão:

  • Conhecer as partes do corpo e ensinar a criança a identificar o que são partes íntimas, que não devem ser tocadas por outras pessoas.
  • Ensinar as crianças a falar sempre que algo diferente acontecer.
  • Ensinar as crianças de que carinho nas partes íntimas NÃO É CARINHO (fala comumente usada por abusadores para enganar crianças)

Como denunciar

As vítimas dessas violências podem registrar os crimes online ou presencialmente. A Delegacia Virtual ampliou as opções de registros de ocorrências, e é uma ferramenta importante para vítimas que podem ter dificuldades para se dirigir até uma unidade física. As denúncias podem ser feitas pela internet, no site www.delegaciavirtual.sinesp.gov.br.

Os crimes contra crianças, adolescentes e mulheres também podem ser registrados nas delegacias especializadas, como as Delegacias de Atendimento à Mulher (Deams) e as Delegacia Especializada no Atendimento as Crianças e Adolescentes (DEPCA).

O Conselho Tutelar de Água Clara e a Delegacia de Polícia Civil do município foram procurados pela reportagem do Expressão MS em busca de informações sobre os casos e também sobre prevenção e não quiseram se manifestar.

Compartilhe nas Redes Sociais

Banca Digital

Edição 252