A defesa de Emileide Magalhães, presa desde março de 2020 por enterrar viva a filha Gabrielly Magalhães (foto), de 10 anos, em Brasilândia, na região leste de Mato Grosso do Sul, quer o desaforamento do júri popular. O pedido da Defensoria Pública ao Tribunal de Justiça, ainda em análise, é sob a alegação de que, caso seja realizado no município, os jurados podem ser parciais.
É a segunda vez que a defesa faz pedidos relacionado ao julgamento da acusada. O primeiro foi recurso contra a decisão de pronúncia.
A mulher havia sido pronunciada em 6 de abril deste ano por homicídio qualificado pelo motivo torpe, emprego do meio cruel e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima. Foi ainda acusada de ocultação de cadáver, de esconder o crime denunciando outra situação, com a agravante de ter planejado tudo.
A defesa recorreu da decisão judicial, pedindo a retirada das qualificadores por entender que não havia provas suficientes. No entanto, o TJ seguiu parecer da Procuradoria da República e manteve o júri popular conforme a pronúncia.
Crime
A investigação policial aponta que a criança estava denunciando abuso sexual, por parte do padrasto, quando o crime ocorreu. O irmão da vítima, de 13 anos à época, ajudou a mãe no crime e chegou a ser apreendido. À polícia, ele contou que a vítima pedia por socorro de dentro do buraco.
A polícia soube do caso pela própria mãe. Depois de ir três vezes ao local do crime para constatar se a filha estava morta, a mulher procurou a delegacia de Polícia Civil e disse que a menina havia desaparecido após ter sido deixada por ela em uma praça com o irmão. Horas depois, ligou para a Polícia Militar (PM) e contou que havia matado a criança e queria se entregar.
Conforme a Polícia Civil, o médico legista observou, no exame necroscópico, que a vítima apresentava várias lesões pelo corpo, indicando possível ocorrência de tortura. A causa da morte foi asfixia mecânica por compressão do tórax, compatível com o relato do adolescente.
O garoto revelou ainda que a mãe ficou enfurecida porque a irmã havia dito que estava sendo abusada sexualmente pelo padrasto e prometeu matá-la caso continuasse falando sobre o assunto. Em seguida, ela chamou ambos para sair de carro e parou em uma estrada fora da cidade, onde iniciou as agressões e matou a filha.
A Polícia Civil identificou uma testemunha que relatou que a menina havia mencionado, no final de 2019, ter sido vítima de abuso por parte do padrasto e que não poderia revelar aos professores ou para a polícia por medo de apanhar da mãe.
Fonte: Com informações do G1