O Brasil registrou 1.513.575 óbitos no ano passado, 195.965 a mais do que em 2019, o que corresponde a uma alta anual de 14,9%. Os dados são da pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2020, que investiga registros de nascimentos, casamentos e óbitos nos cartórios e foi divulgada na manhã desta quinta-feira (18/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esta foi a maior alta tanto em percentual quanto em números absolutos desde 1984, quando começaram as estatísticas.
De acordo com o IBGE, 99,2% dos 195.965 óbitos ocorridos a mais, de 2019 para 2020, foram por causas naturais, classificação que inclui os óbitos decorrentes de doenças.
“O mês de maio foi o mês que houve o maior número de registros, seguido pelo mês de julho e o mês de agosto. Grande parte desses óbitos ocorreram em pessoas com 60 anos ou mais. Esse grupo etário representa mais de 70% dos óbitos ocorridos no ano de 2020”, explica Klívia Brayner, gerente das Estatísticas do Registro Civil do IBGE.
Para as idades abaixo de 20 anos, houve redução dos óbitos entre 2019 e 2020. Já entre crianças e adolescentes de até 15 anos, houve uma redução de óbitos de 15,1%.
O aumento percentual de óbitos entre os homens (16,7%) superou o das mulheres (12,7%). Cerca de 73,5% dos óbitos de 2020 ocorreram em hospital, 20,7% em domicílios e em 5,8% em outro local ou sem declaração.
Nascimentos
Já o número de nascimentos superou o de óbitos no ano passado em mais de 1,2 milhão. Foram 2.728.273 registros de nascimentos em 2020, queda de 4,7% em relação ao ano anterior, que por sua vez já havia contabilizado redução de 3% em relação a 2018.
“Em 2020 foi o menor número da série histórica do registro civil desde o ano de 1998. Os meses de março e maio, quando comparado aos últimos cinco anos, houve uma queda de mais de 40 mil registros de nascimento nos cartórios”, detalha Klívia Brayner.
Do total de registros de nascimentos feitos no ano passado, 49.281 (2%) são de nascidos em anos anteriores ou com o ano de nascimento ignorado.
Houve queda no registro de nascimento em todas as regiões, sendo superior à média nacional nas regiões Norte (-6,8%) e Nordeste (-5,3%). Entre os estados, o Amapá teve a maior queda (-14,1%), seguido por Roraima (-12,5%), Acre (-10,0%) e Amazonas (-7,4%).
O número de nascidos vivos do sexo masculino diminuiu de 1.438.275 para 1.371.445 entre 2019 e 2020, enquanto que o de sexo feminino caiu de 1.373.485 para 1.307.018. A proporção contínua de 105 meninos para 100 meninas.
Casamentos
No ano passado, o país registrou 757.179 casamentos civis, uma redução de 26,1% em relação ao ano anterior. Segundo o IBGE, desde 2015, o número de casamentos vem recuando, mas a queda de 2020 parece ter estreita relação com as medidas de isolamento social por causa da Covid-19. “É o quinto ano com queda no número de casamentos realizados. Em 2020 foram realizados a menos do que em 2019, 267.497 casamentos”, ressalta a gerente de Estatísticas do Registro Civil do IBGE, Klívia Brayner.
O recuo ocorreu em todas as regiões, com mais intensidade no Nordeste (27,8%), Centro-Oeste (27,7%) e Sudeste (27,3%).
De acordo com o levantamento, para cada mil habitantes em idade de casar, 4,5 pessoas se uniram por meio do casamento legal em 2020, ante 6,2 em 2019. Foi a menor taxa de nupcialidade da série (por mil pessoas com 15 anos ou mais).
Os casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo no ano passado chegaram a 6.433, queda de 29% em relação a 2019. Foi a maior queda percentual dos casamentos da série.
As informações das Estatísticas do Registro Civil que trazem dados sobre nascimentos, óbitos e casamentos são de mais de 7.900 dos cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais (RCPN). As informações de divórcios judiciais e divórcios extrajudiciais, relativas ao ano de 2020, serão divulgadas em outra data.