Marcílio Arcanjo (foto), de 62 anos, enviou uma mensagem de áudio minutos depois de matar a esposa Aline Aparecida Perez Gomes, de 33 anos, e o próprio filho, de apenas 7, para um amigo contando sobre o crime, que ocorreu na madrugada de domingo (6). Na gravação, o criminoso apresenta tom de voz calmo e não esboça aparentes emoções.
“O Tião, é o seguinte. Eu acabei de matar a Aline e matei o meu filho, daí eu vou me matar. Eu vou deixar o portão aberto e daí você vem aqui tomar as providências cabíveis e chama a polícia, tá bom? Só isso que eu tenho para te avisar, beleza?”, disse Marcílio na gravação.
Atingido por um tiro no abdômen e outro entre a barriga e o peito, ele foi socorrido pelo Serviço Móvel de Urgência (Samu) e segue internado em estado gravíssimo, após duas perfurações de arma de fogo, segundo o boletim médico.
O crime aconteceu em Ponta Porã (MS), cidade que fica na linha de fronteira entre Brasil e Paraguai. Conforme informações da delegada Analu Ferraz, da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, caso o homem sobreviva, ele responderá por feminicídio e homicídio qualificado.
Depois de cometer o duplo assassinato no município, o homem atirou em si mesmo, na região do abdômen. Ele também chegou a enviar uma mensagem de áudio para um segundo filho, confessando os crimes e pedindo para que chamasse a polícia.
Vizinhos do casal escutaram vários disparos da casa da família e, quando saíram para ver, visualizaram Marcílio caído na varanda, com uma arma ao lado. Moradores acionaram o Samu, que entrou na residência junto com a Polícia Militar.
A mulher e a criança, filho do casal, foram encontrados mortos em um dos quartos, deitados na cama. Conforme informações da Polícia Civil de Ponta Porã, a posição em que o menino estava (à frente da mãe e com os braços abertos), indica que possivelmente ele tentou defendê-la do pai.
Segundo a perícia, a mulher foi atingida por cinco disparos no tórax e o filho por dois, na mesma região.
No mesmo cômodo, várias munições deflagradas foram recolhidas junto com uma caixa dos objetos. Também havia rastros de sangue que mostram o caminho feito por Marcílio do quarto até a varanda. Segundo informaram os vizinhos da família para a polícia, as discussões entre o casal eram comuns.
Fonte: G1