MS tem superlotação de 160% em leitos pediátricos de UTI dedicados a covid

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O número de crianças em leitos de terapia intensiva vinculados ao SUS (Sistema Único de Saúde) ultrapassou em 60% a capacidade hospitalar, em Mato Grosso do Sul, de acordo com boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde) sobre a covid-19, publicado nesta segunda-feira (24).

Conforme os dados da pasta, há mais pacientes infantis com confirmação ou suspeita de coronavírus internados em tais estruturas, do que a capacidade permitida. São cinco leitos pediátricos existentes, dedicados à doença, sendo que há dois pacientes com casos confirmados e seis com suspeita.

Desta forma, a taxa de lotação é de 160% – ou seja, há 60% de pacientes a mais do que as estruturas disponíveis.

Segundo o documento, a superlotação pode ser justificada por conta de leitos já ativados mas que não entraram, até o momento, no mapeamento da SES. “O excedente da capacidade, quando houver, representa pacientes em leitos covid-19 ainda não habilitados pelo SUS, mantidos pelas secretarias municipais e estadual de saúde.”

Além disso, as informações podem se alterar ao longo do dia, devido a regulação e o quadro clínico dos pacientes. Ainda assim, no segundo trimestre de 2021, quando havia superlotação em leitos gerais, pacientes foram internados em leitos improvisados ou inadequados.

Na rede particular, há registrado apenas um leito pediátrico de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas sem internações. Quanto às estruturas destinadas a adultos, há 74% de ocupação na rede pública e 69% na privada, em todo o Estado. Por fim, os leitos clínicos estão, todos, com taxa inferior a 60% e são usados por enfermos em condições menos graves.

Em entrevista ao Campo Grande News há quase duas semanas, o professor e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Julio Croda explicou que gestores teriam de ativar estruturas hospitalares para dar conta da demanda infantil, além de reforçar a imunização pediátrica.

Vale lembrar que as doses de vacina são permitidas a indivíduos com cinco anos ou mais, mas que são necessárias duas doses, dentro do intervalo estipulado em bula de cada farmacêutica.

A reportagem havia verificado aumento nas infecções pelo coronavírus em pacientes com menos de 12 anos e a principal hipótese é a circulação da variante Ômicron, considerada mais contagiosa.

“A onda de Ômicron, principalmente, é uma onda muito rápida, que dura de 30 a 60 dias, e a gente tem que entender que pode aumentar internações, principalmente na faixa pediátrica de cinco a 11 anos. A gente tem que se preparar com leitos hospitalares para essa população, que já são escassos em todo o Estado”, disse Croda, naquele momento.

 

Fonte: CAMPO GRANDE NEWS

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