Rose Modesto confirma candidatura ao Governo pelo União Brasil

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Com discurso em defesa da democracia e com duras críticas à inflação alta no Brasil, a deputada federal Rose Modesto confirmou que vai disputar o Governo do Estado nas eleições deste ano e vai trocar o PSDB pelo União Brasil. Sem fazer críticas ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), a parlamentar ressaltou que não adianta Mato Grosso do Sul ser gigante no agronegócio enquanto parte da população passa fome.

“Não estou na política para fazer carreira”, afirmou, ao responder sobre a troca da reeleição certa na Câmara dos Deputados para quebrar um tabu histórico e se tornar a primeira governadora de MS. Conforme a parlamentar, ela decidiu se arriscar na disputa após ouvir a voz da população e as pesquisas, que a colocam em segundo ou terceiro lugar, dependendo do levantamento.

Com o anúncio de Rose, o Estado passa a contar oficialmente com seis pré-candidatos a governador. Já anunciaram disposição de disputar a sucessão de Reinaldo o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB0, os ex-governadores André Puccinelli (MDB) e Zeca do PT e o ex-vereador de Campo Grande, Marcelo Bluma (PV).

Oficialmente, a deputada ressaltou que não está decidido a filiação no União Brasil, porque a fusão do PSL e do DEM ainda depende do aval da Justiça Eleitoral. Também pesou o fato da janela partidária só ser aberta em março. No entanto, o anúncio faz parte da estratégia de se colocar no cenário para ser lembrada pelo eleitor e aparecer bem pontuada nas pesquisas, que deverão definir a manutenção dos pré-candidatos. Riedel e Marquinhos deverão deixar os cargos até o dia 2 de abril.

Rose centrou o discurso em temas nacionais e reforçou o bombardeio sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), apesar de não cita-lo nominalmente em nenhum momento. “A frágil democracia ainda é melhor que as ditaduras”, ressaltou a deputada. Em setembro do ano passado, defensores do presidente foram às ruas defender o fechamento do Supremo Tribunal Federal e a volta da ditadura militar.

“A inflação está alta demais e penaliza os mais pobres”, criticou Rose, citando que tudo está muito caro, como os combustíveis, a energia elétrica, a comida e o aluguel. “A inflação é a mais altíssima dos últimos anos”, frisou, em outro trecho do discurso.

A única referência ao Governo do Estado foi para criticar a alta carga tributária, que ressaltou ser “uma das mais altas do País”. No entanto, Rose minimizou ao dizer que é muito difícil abrir mão de receita. Ela não citou o aumento dos tributos pelo tucano, como o aumento do ICMS sobre a gasolina de 25% para 30% e de 71% nas alíquotas do Fundersul.

Rose fez questão de se apresentar como uma vencedora graças à educação. “A educação salvou a minha vida, sou um milagre da educação”, destacou, sobre a trajetória da filha de uma doméstica e pequeno produtor rural em Culturama, distrito de Fátima do Sul, que foi vereadora mais votada de Campo Grande, vice-governadora do Estado e deputada federal mais votada. “Sou professora por vocação e política por opção”, comentou.

“Não farei acertos com os grandes para prejudicar os pequenos”, prometeu, sem dar detalhes de quem seriam os grandes no atual momento da política estadual. Ela prometeu um Governo inclusivo, com desenvolvimento sustentável, valorização do servidor público e garantir oportunidades de emprego em todas as regiões do Estado.

Durante a live, a deputada respondeu a uma pergunta da ex-deputada estadual Grazielle Machado, filha do deputado estadual Londres Machado (PSD). Apesar de estar no partido de Marquinhos, o decano parlamentar fez elogios a Riedel.

Caso o União Brasil não se concretize, Rose contou que tem o convite de outros cinco partidos: Podemos, Republicanos, Pros, Avante e Progressistas. A expectativa é de que o União Brasil seja oficializado nesta semana.

 

Fonte: O Jacaré

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