A Polícia Civil abriu inquérito para apurar denúncia de assédio sexual contra três homens, entre os quais o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (foto). Das três mulheres que prestaram depoimento, duas contaram que mantiveram relações sexuais. O ex-prefeito e candidato a governador pelo PSD acusou ser vítima de “armação” e “baixaria” para compensar a ausência de processos por corrupção ao longo da sua história como político.
A investigação contra o ex-prefeito foi revelada nesta quarta-feira (20) pelo jornalista Guilherme Amado, colunista do site Metrópoles, do Distrito Federal. Os nomes dos outros dois investigados não foram revelados. A estratégia é semelhante à adotada em 2018 contra o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PSD), que era candidato a governador contra Reinaldo Azambuja (PSDB), quando uma denúncia foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo.
De acordo com a delegada Maíra Pacheco Machado, da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), o inquérito foi instaurado há cerca de duas ou três semanas e corria – até a divulgação pelo site Metrópoles – no mais absoluto segredo de Justiça. As denúncias não foram feitas diretamente na delegacia.
Conforme a delegada, as mulheres procuraram a Corregedoria-Geral da Polícia Civil para protocolar as denúncias contra o pré-candidato e mais dois homens. As supostas vítimas temiam fazer o registro na Casa da Mulher Brasileira, porque a gestão é feita pelo município de Campo Grande.
A Polícia Civil pediu medidas protetivas para as três mulheres, mas os pedidos foram negados pela 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Campo Grande. Além de rejeitar as medidas cautelares, a juíza Jaqueline Machado declinou competência do caso para uma das sete varas criminais.
O jornalista de Brasília teve acesso aos depoimentos feitos pelas mulheres e que, segundo a Polícia, tramitam em segredo absoluto. Duas confirmaram que mantiveram relações sexuais consensuais com o ex-prefeito.
A X. revelou que a relação extraconjugal terminou e até já se casou com outro. No último dia 17, conforme o depoimento, o candidato tentou beijá-la no comitê de campanha.
A W. contou que procurou o então prefeito em busca de emprego e acabou sendo assediada. No entanto, ela não quis e a relação sexual acabou não se consumando. A Y. contou que teria tido relações sexuais consensuais quatro vezes e rejeitou a última porque não quis sem preservativo. Uma quarta personagem prestou depoimento para confirmar que ouviu a história de duas amigas.
Marquinhos negou o assédio sexual. “Não é a primeira vez que usam de baixaria para se manter no poder a qualquer custo. Uma tentativa covarde, rasteira”, acusou o ex-prefeito, lamentando a suposta estratégia dos adversários.
A campanha começa oficialmente hoje (20) com as convenções partidárias e tem 73 dias até a o primeiro turno.
Com informações de O Jacaré