Operação integra inquérito que apura supostos crimes sexuais praticados por Marquinhos Trad.
Policiais civis de Mato Grosso do Sul estiveram na manhã desta terça-feira (9) no prédio da prefeitura de Campo Grande (MS), onde cumpriram mandato de busca e apreensão contra o ex-prefeito da cidade, Marcos Trad, o candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, pelo PSD, investigado por suposta participação em crimes sexuais.
Durante a operação, o ex-prefeito, segundo seus assessores, atuava em reuniões políticas em Três Lagoas. Marcos cumpria o segundo mandato até março deste ano e renunciou ao cargo para concorrer ao governo.
O ex-prefeito, irmão do senador Nelson Trad Filho e do deputado federal Fábio Trad, ambos do PSD, foi denunciado por ao menos 12 mulheres. O caso, que segue em sigilo, vazou para a imprensa cerca de dez dias atrás.
Pela acusação, o ex-prefeito propunha às vítimas sexo em troca de dinheiro e outras vantagens como a promessa de empregos no poder público. Há relatos indicando que Marcos Trad levava as vítimas até o banheiro de seu gabinete e, lá, aliciava as mulheres.
Durante o cumprimento do mandato de buscas e apreensões, determinado pela juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, os policiais levaram consigo dois computadores tirados de dentro do prédio da prefeitura.
Conforme a delegada responsável pela operação, Maíra Pacheco, foram apreendidos computadores, que serão periciados porque “entendemos ser pertinentes a investigação em curso e viemos também fazer o reconhecimento dos locais mencionados pelas vítimas”.
Ou seja, os investigadores foram aos locais, no gabinete do ex-prefeito, entre os quais, no caso, onde teriam ocorrido os ataques sexuais.
“É o que posso dizer, em razão do segredo de justiça que foi decretado”, afirmou a delegada.
Defesa do ex-prefeito
Em comunicado divulgado à imprensa, as advogadas que defendem Marcos Trad, Rejane Alves de Arruda e Andréa Flores, afirmaram que a investida da polícia seria uma “armação” para atrapalhar a candidatura do ex-prefeito ao governo.
“A operação desta terça-feira vai favorecer a defesa, pois comprovará que algumas das supostas vítimas nunca estiveram na Prefeitura Municipal de Campo Grande, evidenciando a armação em curso”, diz trecho da nota emitida.
Marcos Trad, que é casado e tem quatro filhas, disse semana passada que manteve relações sexuais fora do casamento, mas que os atos foram consensuais e negou as acusações incluídas no inquérito policial contra ele que o denuncia por crimes de assédio sexual, tentativa de estupro, importunação sexual, perseguição, favorecimento à prostituição e outras formas de exploração sexual.
No dia da convenção do PSD, semana passada, ao lado da esposa, o ex-prefeito pediu desculpas por “erros” cometidos.