Uma estudante da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) diz ter sido vítima de assédio sexual em um banheiro sem gênero da instituição. Em relato anônimo, ela conta que um homem a filmou no banheiro neutro da faculdade com celular. A Corregedoria da universidade investiga o caso.

A estudante, que prefere não ser identificada, fez uma publicação em uma página administrada pelos estudantes, como forma de alerta. A acadêmica relata que foi até o banheiro sem gênero da instituição, que fica localizado próximo a Biblioteca Central, momento em que foi vítima de assédio.

“Estava apertada e como o banheiro do meu bloco estava limpando, o mais próximo era o do corredor atrás da biblioteca. Entrei, fechei a porta e em posição de agachamento e ao olhar para baixo, me deparo com uma mão masculina segurando um celular com a câmera no modo selfie me vigiando. Sim, lá estavam minhas partes íntimas refletidas no celular”, descreve.

A acadêmica relatou que ao notar que estava sendo filmada, bateu na divisória que separa as cabines e perguntou porquê ele estava a filmando. Segundo ela, o homem negou e quando ela pediu para ver o celular dele, o homem teria “crescido para cima dela”. Um colega do mesmo curso da vítima passou pelo local no momento e ela pediu ajuda.

“Esse colega pediu para ver o celular dele em arquivos e excluídos e não tinha o vídeo. Então, o cidadão quis me tirar de louca e mentirosa e começou a mostrar vídeos de relação íntima com a esposa (eu e meu colega ficamos constrangidos). Ele só não fugiu dali porque tinha meu colega comigo”, descreve.

A vítima afirma que procurou a reitoria e registrou denúncia na ouvidoria da instituição. Segundo ela, a UFMS também disponibilizou apoio psicológico. “Desde ontem choro sem parar. Me sinto envergonhada, humilhada e exposta”, disse.

Conforme apurado, os banheiros foram implementados no início deste ano na UFMS, para evitar discriminação a pessoas trans, não-binárias ou intersexuais. O termo não-binário é usado para fazer referência a pessoas que não se percebem como pertencentes a um gênero exclusivamente. Isso significa que sua identidade de gênero e expressão de gênero não são limitadas ao masculino e feminino.

Revolta

Nas redes sociais, alunos lamentaram o ocorrido e se solidarizaram com a jovem. “Um absurdo que isso aconteça. Espero que a faculdade tome providências sobre o ocorrido”, postou uma. “Não é a primeira vez e não vai ser a última enquanto não houver punição”, escreveu outra.

A reportagem foi informada pela UFMS que a denúncia foi recebida pela Ouvidoria e está em apuração pela Corregedoria.

 

FONTE: G1/MS

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