O Republicanos, partido que historicamente sempre foi ligado às igrejas evangélicas, tendo a Igreja Universal do Reino de Deus como o carro-chefe delas, trocou o comando de seus diretórios estadual e municipal em Mato Grosso do Sul.
O foco, segundo reportagem do Correio do Estado, é apostar nos políticos que têm dado resultado à sigla e também naqueles mais moderados, que sustentam a linha conservadora, mas não mantêm a identidade com a direita radical nas redes sociais.
No comando do diretório estadual, sai Wilton Acosta, pastor da Igreja Sara Nossa Terra derrotado em uma eleição para deputado federal, e entra o deputado estadual Antonio Vaz (foto), da Igreja Universal do Reino de Deus.
Já no diretório municipal de Campo Grande, o vereador Gilmar da Cruz dá lugar a Betinho, seu colega da Casa de Leis municipal.
As trocas estão todas ligadas ao processo de reorganização do partido, o qual está sendo comandado pelo presidente da sigla, deputado federal Marcos Pereira (SP), que também é vice-presidente da Câmara dos Deputados e visa liderar um grupo de centro mais moderado e alinhado com o governo Lula, pensando na sucessão do cargo, em 2025.
“Foi adotada uma postura de reorganizar alguns diretórios em alguns municípios e estados, e em Mato Grosso do Sul não é diferente”, disse Betinho ao Correio do Estado.
A posse dele no comando do diretório municipal do Republicanos está marcada para o dia 26 de maio, ocasião na qual Antonio Vaz também será formalizado, porém, no diretório estadual. Ainda no encontro, o presidente nacional do partido também estará presente, em evento a ser realizado na Câmara Municipal da Capital.
“O Republicanos é um partido de centro-direta. Apoiamos o avanço da tecnologia e da inovação em nosso manifesto. Somos conservadores, mas não radicais”, afirmou Betinho, sinalizando uma legenda bem mais moderada daqui em diante.
Nas eleições passadas, Wilton Acosta e Gilmar da Cruz tiveram excessiva exposição nas redes sociais ao lado de nomes fortemente ligados ao bolsonarismo, como Damares Alves, por exemplo.
Os novos dirigentes, mesmo tendo apoiado Jair Bolsonaro na campanha passada, adotam um tom mais pragmático, “dialogando mais”, disse uma fonte ao Correio do Estado.
Essa mesma pessoa também informou que os dois, ambos derrotados nas últimas eleições, teriam sido deixados de lado tanto pelo partido quanto pelas denominações religiosas, a Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja Sara Nossa Terra, respectivamente.
Para as próximas eleições, inclusive, a informação é de que a Universal nem sequer apoiaria Gilmar da Cruz oficialmente, e de que Wilton Acosta teria desistido de se candidatar após várias derrotas consecutivas em um segmento fiel e que costuma dar muitos votos: o evangélico.
Fonte: Correio do Estado