Mesmo com preços acima da inflação, intenção de compra cresce no Dia dos Namorados

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Em Mato Grosso do Sul, a inflação não assustou os consumidores e a intenção de presentear no “Dia dos Namorados” é de 65,23%, em 2023. O percentual representa crescimento quando é comparado ao mesmo período do ano passado, que de acordo com pesquisa realizada pela Feecomércio-MS, traz 2022 com apenas 46,80%.

O cenário nacional demostra aumento para alguns produtos e serviços relacionados a data mais romântica do ano, como indica pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) . Os 30 itens como média de 3,02% de inflação não desanimaram os sul-mato-grossenses que pretendem ir às compras esse ano.

O levantamento traz a movimentação total para a data comemorativa neste ano, em MS, considerando um gasto com presente e comemoração, o tiket médio é de R$431,65, resultando em um acumulado de R$371,21 milhões para o Estado. O gasto é 56% maior do que em 2022.

Para presentes, em 2023, a população pretende investir em média R$237,17. Já em comemoração o gasto projetado pela pesquisa é de R$197,48.

No quesito preferência de presente, 29,31% opta por peças de vestuário; 25,54% perfumes; 14,99% calçados; flores 14,74%. Na lanterninha estão joias, e bolsas e acessórios com percentual respectivo de 8,12% e 7,45%.

Dentre os questionados, na hora de efetuar suas compras, a maior parte dos casais prefere adquirir o produto em grandes lojas, representando 47,61%. Em segundo e terceiro estão empresas próximas de casa (33,40%) e empresas de bairro (29,46%). Na pesquisa, o último lugar são os shoppings com 13,63% da preferência do consumidor, no Estado.

Na esfera municipal, o campo-grandense pretende desembolsar em média R$220,75 com presente e R$191,74 com comemorações.

A pesquisa utilizou método de amostragem, entrevistando 1891 pessoas, em nove municípios de Mato Grosso do Sul

Inflação

Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em âmbito nacional demonstra que apesar da trégua na inflação recentemente, os casais devem se preparar para gastar mais com presentes e comemorações, em 2023.

A análise, usa dados do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal), mediu a variação que equivale a quase o dobro da inflação medida em termos gerais pelo indicador, que foi de 3,02% para 30 itens relacionados ao Dia dos Namorados, em um período de 12 meses até maio deste ano, indicando que os produtos subiram em média 6%, e ainda alta em 18 bens e queda em apenas quatro.

O levantamento destaca preços de oito itens e 22 produtos, onde a maior alta foi a dos preços da hospedagem em hotel ou motel (6,53%), seguida pelos avanços em restaurantes (6,27%), salão de beleza (6,19%) e cinema (5,73%).

Teatro (4,36%), academia de ginástica (4,18%), serviços de streaming (3,94%) e show musical (2,44%) completam a lista.

De acordo com o economista, Matheus Peçanha, pesquisador do FGV Ibre, as altas refletem a demanda mais aquecida por serviços após o fim das restrições da pandemia. “Do lado dos serviços, tem a questão da demanda. O ano de 2022 foi puxado por esse setor. Com a atividade econômica reaquecida, a pressão de preços vem junto”, afirma.

Os maiores avanços vieram de sabonete (21,68%), bombons e chocolates (12,9%), livros (10,31%), artigos de maquiagem (9,76%), produtos para barba (9,37%) e perfume (8,70%).

Do lado dos produtos, Peçanha destaca a alta de itens como cosméticos e de higiene. “Essa desaceleração está mais lenta do que a esperada”, afirma.

Ele diz que questões específicas também impactaram os preços de parte dos bens associados ao Dia dos Namorados. Nesse sentido, ele aponta um problema na oferta de sebo animal, que teria pressionado a inflação do sabonete.

Os quatro produtos da data que tiveram redução de preços foram celular (-2,17%), computador e periféricos (-1,15%), bicicletas (-0,68%) e bijuterias (-0,25%).

Como era esperado, é possível perceber o efeito dos juros elevados sobre a inflação das mercadorias de maior valor, como eletrônicos e bicicletas, ressalta o economista.

Os juros altos costumam reduzir a demanda por itens cujas vendas dependem de parcelamentos. O crédito mais caro desestimula a procura e, assim, tende a atenuar os preços.

 

Fonte: Correio do Estado

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