O DRACCO (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) deflagrou, nesta sexta-feira (26), a Operação Jazida para investigar superfaturamento na obra de pavimentação em Bataguassu, que começou a ser feita em 2022 e nunca é concluída. O alvo é a GTX Construtora e Serviços, de Ivan Felix de Lima, que recebeu mais de R$ 5 milhões da Prefeitura de Bataguassu.

De acordo com a investigação, a gestão de Akira Otsubo (MDB) contratou a empreiteira para a pavimentação da rodovia conhecida como Reta A1, em Porto XV. O superfaturamento apurado é de R$ 728,5 mil.

“A obra foi iniciada no início do ano de 2022 e até hoje, ainda não foi concluída. Foi identificada uma relevante fraude, no que tange à extração de terra utilizada na obra”, apontou o DRACCO em nota à imprensa.

“Apesar de disposto no projeto executivo e orçamento da licitação, em completa afronta ao que se encontrava previsto, a empresa escavou e retirou volumes expressivos de terra em uma jazida irregular em uma propriedade privada, localizada próxima à obra”, pontuou.

“É possível visualizar a jazida irregular até mesmo por imagens de satélite, o que demonstra o volume de terra extraído do local. De acordo com a perícia realizada, foram extraídos cerca de 14.300m³. A terra deveria ter sido extraída de uma jazida regular, localizada na cidade de Bataguassu”, destacou.

“Esse artifício gerou um superfaturamento do contrato de, ao menos, R$ 728.544,65, de acordo com a perícia realizada. Isso porque, além de constar no contrato a extração de terra na jazida regular, que deveria ser adquirida pela empresa, artificiosamente, a empresa ainda cobrava pelo transporte do material, como se tivesse retirando no local previsto, que fica a mais de 20km de distância, conforme previsto no orçamento”, informou.

“Não fosse o suficiente, no decorrer da execução do contrato, a empresa ainda solicitou diversos aditamentos, que foram aprovadas pela Prefeitura Municipal de Bataguassu”, apontou.

“No total, com os aditamentos, os contratos ultrapassam 5 milhões de reais. E mesmo assim, a obra ainda não foi concluída. Durante as diversas diligências realizadas pela equipe policial no local, ao longo das investigações, não havia nenhuma obra em andamento”, destacou.

A Justiça autorizou mandados de busca e apreensão em Campo Grande, bloqueio de mais de R$ 1 milhão e restrição dos veículos e dos seus representantes.

 

Com O Jacaré

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