A Petrobras vai investir R$ 3,5 bilhões na retomada e na conclusão da obra da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), em Três Lagoas. A expectativa é de que a nova mega fábrica de Mato Grosso do Sul entre em operação em 2028 e tenha capacidade de produção de 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil toneladas de amônia por ano.
A fábrica começou a ser construída em 2010 e está parada desde 2015 após a deflagração da Operação Lava Jato. A indústria promete impulsionar a economia de MS e deverá ter um impacto expressivo no PIB (Produto Interno Bruto) de Três Lagoas, que já conta com as fábricas de celulose da Suzano e Eldorado
A continuidade da implantação da fábrica de fertilizantes foi aprovada nesta sexta-feira (25) pelo Conselho de Administração da Petrobras. A decisão é fundamentada em criteriosa reavaliação do projeto que, à luz das premissas do Plano Estratégico 2024-2028 (PE 2024-2028), teve sua atratividade econômica confirmada para essa fase nos diferentes cenários previstos na sistemática de aprovação de projetos de investimento da Petrobras, inclusive com VPL positivo no cenário mais desafiador.
A unidade estava hibernada desde 2015 e o processo de reavaliação do projeto começou ano passado, em função da aprovação do retorno da companhia ao segmento de fertilizantes, em linha com as diretrizes estratégicas aprovadas no âmbito do PE 2024-2028.
Com a decisão, o projeto passa a integrar a carteira em implantação do Plano Estratégico vigente e a Petrobras dará início aos processos de contratação para retomada das obras da unidade.
As contratações passarão por todas as análises necessárias, em observância às práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis. A autorização final ainda será submetida à aprovação pelas autoridades competentes da Petrobras, o que permitirá a assinatura dos contratos para retomada das obras.
“O setor de fertilizantes tem importância estratégica para a Petrobras. Estamos retomando os investimentos nesse segmento, a partir de estudos de viabilidade técnica e econômica, com o objetivo de ampliar nosso mercado de gás e contribuir para a redução da dependência da importação de fertilizantes no Brasil”, afirma a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
De acordo com o diretor de Processos Industriais da Petrobras, William França, “com o aumento da oferta dos produtos gerados na UFN-III e a sua localização privilegiada, próxima aos principais consumidores do Centro-Oeste, Sul e Sudeste, estamos seguros da importância da unidade para a região e o país”.
A unidade localiza-se próxima aos principais mercados consumidores destes produtos e atenderá majoritariamente os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e São Paulo. A localização estratégica traz mais confiabilidade em relação às alternativas de suprimento deste mercado, cuja demanda por ureia fertilizante apresenta tendência de crescimento.
Além disso, o projeto apresenta modernos equipamentos e tecnologias em produção de fertilizantes, resultando em elevada eficiência da planta.
A amônia é uma matéria-prima para a produção de fertilizantes e petroquímicos, além de outros produtos agropecuários; e a ureia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado no Brasil, cuja demanda nacional é estimada em cerca de 7 milhões de toneladas para 2024, sendo integralmente importada atualmente.
O milho é a principal cultura para demanda de ureia fertilizante no Brasil, mas o produto também é utilizado no cultivo de cana-de-açúcar, café, trigo e algodão, entre outros. A ureia também será destinada ao segmento da pecuária, utilizada como complemento alimentar para animais ruminantes.
Empregos
Na fase de construção, a obra deverá empregar 8 mil pessoas e, na fase de operação, mais 600, entre empregados da Petrobras e terceirizados.
Com O Jacaré