Energia solar em Três Lagoas, um cenário em expansão

Com investimentos crescentes em energia solar, Três Lagoas se consolida como exemplo de sustentabilidade e inovação energética, liderando a transição para um futuro mais limpo e economicamente viável

 

Thaís Dias

Três Lagoas têm se destacado como um polo importante no cenário energético brasileiro, especialmente no que diz respeito à geração de energia solar. Dados da Carta da Conjuntura da Energia Elétrica relativos a 2024 revelam que o estado de Mato Grosso do Sul fechou o ano de 2023 com 132.458 residências ou empresas gerando energia a partir da luz solar, o que representa 12% dos 1,1 milhão de clientes atendidos pela Energisa em 74 municípios sul-mato-grossenses.

A energia solar já é responsável pela geração de 1.501 megawatts (MW) no estado, um volume equivalente à produção da Usina de Jupiá, localizada no Rio Paraná, em Três Lagoas. Esse montante corresponde a 15,3% de toda a energia elétrica produzida em Mato Grosso do Sul, que chega a 9.843 MW. Nos últimos 13 anos, a produção total de energia no estado aumentou em 54%, impulsionada principalmente pelo crescimento das fontes renováveis.

Ao final de 2023, cerca de 120 mil imóveis no estado já produziam sua própria energia e injetavam o excedente na rede elétrica. Os números atuais mostram que, em média, a energia solar conquista aproximadamente mil novos adeptos por mês em Mato Grosso do Sul. Esse crescimento é impulsionado pela redução dos custos de instalação de painéis solares, pelos incentivos fiscais e pela conscientização sobre os benefícios ambientais e econômicos da geração distribuída.

Dos 1.501 MW de potência instalada, 45% pertencem à categoria residencial, representando o maior grupo tanto em termos de empreendimentos (81%) quanto em unidades consumidoras (71,5%). O restante é produzido por empresas ou cooperativas que revendem sua produção, demonstrando o potencial da energia solar não apenas para o consumo próprio, mas também como uma fonte de renda complementar.

“O mercado de energia solar em Três Lagoas e em todo Mato Grosso do Sul está em plena expansão. Nos últimos dois anos, percebemos um aumento significativo na demanda por sistemas fotovoltaicos, tanto por parte de residências quanto de empresas. A economia na conta de luz e a consciência ambiental são os principais motivos que levam as pessoas a investirem nessa tecnologia”, afirma o proprietário de uma empresa de instalação de painéis solares em Três Lagoas.

Além da energia solar, Mato Grosso do Sul também se destaca na geração de energia a partir de biomassa. As 36 usinas de cana-de-açúcar e fábricas de celulose no estado já são responsáveis pela produção de 2.386 MW, o que representa 28,6% da eletricidade gerada no estado. Para efeito de comparação, a Usina de Jupiá, em Três Lagoas, tem capacidade para gerar 1,5 mil MW.

O setor de biomassa ainda tem grande potencial de expansão. A fábrica da Eldorado Brasil Celulose, por exemplo, anunciou a ampliação de sua produção para 4,5 milhões de toneladas por ano até 2026, o que elevará seu potencial de geração de bioeletricidade para 1.043 MW, a partir do uso de licor negro, um resíduo do processo de produção de celulose. Além disso, há 360 MW outorgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em fase de construção ou planejamento, provenientes de fontes como biomassa florestal e bagaço de cana.

Impacto Econômico e Ambiental

A entrada em operação de novas fábricas, como a de celulose em Ribas do Rio Pardo e a indústria de esmagamento de milho em Maracaju, contribuiu para um aumento de 11% na produção total de energia no estado em 2023. Esse crescimento reflete a diversificação da matriz energética de Mato Grosso do Sul, que segue as tendências globais de transição energética.

“Decidimos instalar painéis solares em casa no ano passado e foi uma das melhores decisões que já tomamos. Além de reduzir nossa conta de luz em mais de 80%, temos a satisfação de saber que estamos contribuindo para o meio ambiente. A instalação foi rápida, e o retorno do investimento está sendo muito bom”, relata Maria Oliveira, moradora de Três Lagoas.

Três Lagoas, com sua Usina de Jupiá e o crescente investimento em energia solar, consolida-se como um dos principais polos energéticos do estado. A combinação de energia solar, biomassa, termelétrica e hidrelétrica coloca Mato Grosso do Sul em uma posição de destaque no cenário nacional, contribuindo para um futuro mais sustentável e energeticamente autossuficiente.

 

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