Três Lagoas em alerta contra a dengue com circulação do sorotipo DEN3

Comitê discute ações preventivas nesta quinta-feira, 27

Thaís Dias

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Três Lagoas mantém a cidade em estado de alerta devido à circulação do sorotipo DEN3 do vírus da dengue, que não era registrado em Mato Grosso do Sul há mais de 15 anos. De acordo com Geórgia Medeiros, coordenadora do setor de Entomologia da SMS, o município já registra 766 casos notificados (suspeitos), com 197 confirmações – sendo 179 por critério clínico e 18 por confirmação laboratorial. Apesar de os números estarem controlados em comparação a outras cidades, a presença do DEN3 preocupa, já que a maioria da população não tem imunidade contra esse sorotipo. “Se houver dispersão, podemos enfrentar um surto ou até uma epidemia”, alertou Geórgia.

A dengue possui quatro sorotipos (DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4), e a infecção por um deles gera imunidade apenas para aquele tipo específico. Isso significa que uma pessoa pode ter dengue até quatro vezes. “O risco de complicações não está necessariamente no tipo do vírus, mas nas condições de saúde do paciente, como comorbidades pré-existentes”, explicou a coordenadora. O DEN3 preocupa porque, após anos sem circulação, muitas pessoas estão suscetíveis a contraí-lo, diferentemente dos sorotipos 1 e 2, que já eram mais comuns na região.

Diante desse cenário, o Comitê Municipal de Dengue se reúne nesta quinta-feira (27), das 8h às 10h, no Sindicato do Servidor Público Municipal (Rua Manuel Pedro de Campos, 1050, Nossa Senhora Aparecida). O encontro, aberto à população, contará com a participação de técnicos da saúde, representantes de instituições públicas e privadas, além da sociedade civil. “É um espaço para apresentar as ações realizadas no mês e ouvir sugestões da comunidade. Todos podem contribuir com ideias para prevenir a dengue, chikungunya, zika e até outras doenças, como a leishmaniose”, destacou Geórgia.

A SMS reforça a importância da campanha nacional “10 Minutos Contra a Dengue”, que incentiva os moradores a dedicarem alguns minutos por semana para vistoriar quintais e eliminar possíveis criadouros do Aedes aegypti. “90% dos focos estão dentro das residências, em vasos, calhas, baldes e outros recipientes que acumulam água. Terrenos baldios também são preocupantes, mas a maior parte dos criadouros está onde há pessoas morando”, explicou a coordenadora.

Para quem não pode receber os agentes de endemias durante o dia, a SMS orienta que os moradores entrem em contato com o setor para agendar visitas em horários alternativos. “Deixamos avisos nas casas com pendências e buscamos soluções para que todas as residências sejam vistoriadas”, disse Geórgia.

Apesar de os números atuais não indicarem uma epidemia, o risco exige atenção redobrada. “Se o DEN3 se espalhar, podemos ter um aumento de casos graves e até óbitos. A prevenção depende de todos: poder público e população trabalhando juntos”, finalizou a coordenadora, reforçando o convite para a reunião do comitê, que acontece mensalmente na última quinta-feira de cada mês, enquanto persistir o alerta de dengue na cidade.

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Edição 255