Conselheiro tutelar descreve ação ágil que levou à prisão de acusado de abusar de bebê

Crime ocorreu quando mãe deixou a criança com avó; suspeito, companheiro da avó, foi preso em menos de 48 horas

Thais Dias

Um caso chocante de abuso sexual contra uma bebê de apenas 10 meses mobilizou as autoridades de Três Lagoas no último final de semana, culminando na prisão de um homem de 58 anos. O crime, que ganhou repercussão nacional, teve uma resposta rápida do Conselho Tutelar, da Polícia Militar e da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC), garantindo a prisão do suspeito em menos de 48 horas.

Em entrevista ao Expressão MS, o conselheiro tutelar Paulo Molina, que estava de plantão no domingo (20), detalhou o atendimento à ocorrência e destacou a importância da agilidade no caso.

O crime e a descoberta

O abuso ocorreu na noite de sábado (19), quando a mãe da criança deixou a bebê sob os cuidados da avó materna (bisavó da criança) para ir a um pub. Ao retornar por volta das 6h de domingo, a mãe notou a criança inquieta e chorosa. A avó atribuiu o comportamento a uma suposta “estranheza” com a presença dela e do esposo, assegurando que nada havia acontecido.

Cansada, a mãe acabou dormindo na casa da avó, mas a bebê continuou agitada. No domingo de Páscoa, ao tentar almoçar no local, a mãe foi surpreendida quando o marido da avó disse que não poderiam ficar, pois iriam sair. Ela então retornou para casa com a filha.

No início da tarde, ao dar banho na criança, a mãe percebeu inchaço e vermelhidão na região genital, com a bebê gritando e tocando a área dolorida. Desesperada, ela acionou o Disque 100, que a orientou a procurar a Polícia Militar, que, por sua vez, a encaminhou ao Conselho Tutelar.

Molina foi acionado às 16h02 e, ao tomar conhecimento do caso, tratou como uma emergência de saúde pública. “Orientamos que ela chamasse o SAMU, mas como tanto o SAMU quanto o Corpo de Bombeiros estavam em outras ocorrências, decidi buscá-la pessoalmente”, relatou.

O conselheiro levou a mãe e a criança à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde a equipe médica confirmou indícios de manipulação genital. A bebê foi transferida para o Hospital Regional Costa Leste, referência em pediatria, e, por volta das 21h, médicos reforçaram a suspeita de estupro de vulnerável.

“A mãe estava extremamente abalada”, disse Molina, que contou com o apoio da Assistência Social da UPA para oferecer suporte imediato.

Após o laudo médico, Molina acompanhou a mãe até a DEPAC, onde o delegado Dr. Luca Basso agilizou o exame de corpo de delito. Por volta das 22h, a médica legista confirmou o estupro, e o Boletim de Ocorrência foi registrado.

Na manhã de segunda-feira (21), entre 6h e 7h, o delegado prendeu o suspeito em sua residência. O caso foi repassado à Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) e está sendo investigado como estupro de vulnerável, crime hediondo com pena de 8 a 15 anos de prisão. O acusado, identificado como o “avôdrastro” (companheiro da avó da criança), segue detido.

Internação e Acompanhamento Psicológico

A bebê foi internada para tratamento, incluindo coquetéis antivirais. O Conselho Tutelar já solicitou assistência psicológica para a mãe e a criança.

Molina ainda reforça reforçam as medidas protetivas: Observação de mudanças de comportamento em crianças; Diálogo aberto sobre educação sexual adequada à idade; Fortalecimento dos vínculos familiares; Conhecimento sobre os canais de proteção, além da importância da vigilância dos pais e da sociedade: “Não podemos ser coniventes com crimes tão hediondos. É preciso orientar e proteger nossas crianças”, alertou.

O caso continua sob investigação, e novas medidas protetivas devem ser adotadas para garantir a segurança da vítima e da família.

Nota da Redação: Casos de violência sexual contra crianças podem ser denunciados anonimamente pelo Disque 100 ou 190 (Polícia Militar).

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