Processo no STF sobre suposta tentativa de golpe envolve militares com passagem por MS

Processo que tramita no STF envolve desde réus até testemunhas com ligações a unidades militares do estado

Thais Dias

O primeiro processo criminal do Brasil que apura uma tentativa de golpe de Estado tem pelo menos sete personagens com ligações diretas com Mato Grosso do Sul. Entre os 31 réus formalmente denunciados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), quatro deles têm passagem por unidades militares do estado, enquanto outros dois foram indiciados, mas escaparam da denúncia por falta de provas contundentes.

O nome mais conhecido é o do ex-presidente Jair Bolsonaro, que serviu como segundo tenente no 9º Grupo de Artilharia de Campanha, em Nioaque, entre 1979 e 1981, período em que nasceu seu primeiro filho, o senador Flávio Bolsonaro. Outros réus com histórico no estado incluem o coronel Bernardo Romão Corrêa Netto, ex-comandante do Regimento Antônio João, em Bela Vista, e o tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, que atuou no Comando Militar do Oeste, em Campo Grande.

Entre as testemunhas-chave está o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que também serviu no Regimento Antônio João nos anos 1980. Já o general Laércio Vergílio e o tenente-coronel Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela, foram indiciados, mas não se tornaram réus devido à falta de provas suficientes. Portela, amigo de Bolsonaro há 45 anos, chegou a ser acusado de arrecadar fundos para os acampamentos golpistas, mas o STF considerou as evidências insuficientes.

Outro nome com passagem pelo estado é o do ex-capitão Ailton Barros, que atuou em cidades como Dourados e Itaporã e foi expulso do Exército sob acusação de assédio sexual. Ele é apontado como um dos envolvidos em uma campanha de difamação contra comandantes militares.

O processo segue com 31 réus, e a expectativa é que o julgamento seja concluído entre o final de setembro e início de outubro, com a definição de sentenças e possíveis penas. Enquanto alguns respiram aliviados, outros se preparam para enfrentar as consequências de um dos casos mais emblemáticos da história recente do país.

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Edição 261