Tribunal do Júri de Paranaíba condena autor de feminicídio a 44 anos de prisão

Close up of Male lawyer or judge hand's striking the gavel on sounding block, working with Law books, report the case on table in modern office, Law and justice concept.

Caso chocante evidenciou violência de gênero e descumprimento de medidas protetivas; vítima foi atacada de forma premeditada pelo ex-marido

Thais Dias

O Tribunal do Júri de Paranaíba condenou, nesta semana, um homem a 44 anos e 5 meses de prisão pelo feminicídio de sua ex-companheira, ocorrido em 29 de agosto de 2023. A vítima, uma mulher de 42 anos, foi brutalmente assassinada pelo ex-marido, mesmo estando sob medidas protetivas de urgência – das quais o agressor havia sido intimado em 24 de agosto, apenas cinco dias antes do crime.

As investigações, conduzidas pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) de Paranaíba, revelaram que o autor agiu com extrema crueldade e premeditação. Ele permaneceu escondido por 36 horas em um salão comercial anexo à residência da vítima, aguardando o momento oportuno para atacar. Assim que o filho dela saiu de casa, o criminoso invadiu o imóvel e desferiu um golpe de faca no pescoço da mulher, seccionando sua jugular e laringe.

Câmeras de segurança registraram a vítima saindo para a rua, já gravemente ferida, apenas 31 segundos após a saída do filho – o que demonstra a frieza e rapidez do ataque, deixando-a sem chance de defesa.

Motivação do crime: posse e controle sobre a vítima

De acordo com as investigações, o crime foi motivado pela incapacidade do agressor de aceitar o fim do relacionamento. Ele ainda acusava a vítima de se envolver com outra pessoa, comportamento que evidenciava seu desejo de controle e posse sobre ela, mesmo após a separação.

O autor foi preso em flagrante e, desde então, estava recolhido no Estabelecimento Penal de Paranaíba (EPPAR). O julgamento, realizado pelo Tribunal do Júri, resultou em uma pena exemplar, reforçando o combate à violência de gênero.

A delegada-titular da DAM de Paranaíba, Eva Maira Cogo, enfatizou a relevância da decisão judicial:

“Esta condenação representa uma resposta firme e exemplar à brutalidade deste crime. Trata-se de um caso de extrema gravidade, que mobilizou toda a equipe da DAM desde os primeiros momentos. A decisão do Tribunal do Júri reforça o valor da vida das mulheres e a intolerância do sistema de justiça frente à violência de gênero.”

Eva ainda destacou o trabalho integrado entre Polícia Civil, Ministério Público e Poder Judiciário:

“Trabalhamos todos os dias com o compromisso de proteger a vida de mulheres e meninas, e de assegurar que cada agressor seja responsabilizado por seus atos. Essa condenação reforça a importância da denúncia e da atuação conjunta das instituições.”

Compartilhe nas Redes Sociais

Banca Digital

Edição 269