Vítimas são abordadas em grupos de mensagens com oferta de documento sem etapas obrigatórias; órgão reforça que não há “atalhos” para obter a habilitação

Thais Dias

O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) emitiu um alerta sobre um golpe virtual que tem circulado principalmente em grupos de WhatsApp, direcionado a pessoas mais vulneráveis. Criminosos se passam por servidores de órgãos oficiais e oferecem a emissão fraudulenta da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), sem a necessidade de cumprir os exames e cursos exigidos por lei.

De acordo com o Detran-MS, os golpistas prometem a CNH de forma rápida e sem burocracia, solicitando fotos de documentos pessoais e um pagamento inicial de R$ 400, alegando que o valor corresponde a exames médicos e psicológicos. Em um caso identificado no estado, o criminoso se apresentou como funcionário do Detran-SP, garantindo que o documento seria emitido independentemente do estado de residência da vítima.

Ao investigar, o Detran-MS entrou em contato com o Detran-SP, que confirmou que a identidade usada pelo golpista era falsa.

O diretor de Habilitação do Detran-MS, Luiz Fernando Ferreira, reforça que não existe possibilidade de obter a CNH sem passar por todos os procedimentos legais, que incluem: Exames médicos e psicológicos, curso teórico e prova escrita, aulas práticas e exame de direção.

“Qualquer proposta que prometa a CNH sem essas etapas é fraudulenta. Aos candidatos à primeira habilitação, é importante saber que o valor médio em Mato Grosso do Sul gira em torno de R$ 2,7 mil. Desconfie de ofertas com valores muito abaixo do mercado ou que dispensem a autoescola”, afirma Ferreira.

Como verificar se uma autoescola é credenciada?

Para evitar cair em golpes, o Detran-MS orienta que os cidadãos sempre consultem os Centros de Formação de Condutores (CFCs) por meios oficiais:

Acesse o Portal MEU DETRAN (meudetran.ms.gov.br);

Clique em “Habilitação” → “CFC” → “Consultar CFCs”;

Selecione o município e verifique a situação da autoescola;

O diretor alerta que quem cai no golpe não recebe um documento válido e, caso receba uma CNH falsa, estará cometendo crime de falsificação, sujeito a responsabilização criminal.

“Além de perder dinheiro, quem usa documento falso pode responder judicialmente, assim como quem o fabrica”, explica Ferreira.