Ministério da Saúde anuncia duas novas opções gratuitas para mulheres com a doença; tratamentos ajudam a controlar sintomas e retardar progressão da endometriose
Thais Dias
Mulheres com endometriose em todo o país ganharam duas novas alternativas de tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS): o dispositivo intrauterino com levonorgestrel (DIU-LNG) e o anticoncepcional desogestrel. A decisão, anunciada pelo Ministério da Saúde, segue recomendação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) e visa ampliar o acesso a terapias eficazes no controle da doença, que afeta cerca de 10% das brasileiras em idade reprodutiva.
Novas opções de tratamento
- DIU com levonorgestrel (DIU-LNG)
Age suprimindo o crescimento do tecido endometrial fora do útero, reduzindo dor e inflamação.
Ideal para pacientes com contraindicação a anticoncepcionais combinados (como os que contêm estrogênio).
Duração de 5 anos, facilitando a adesão ao tratamento.
- Desogestrel (anticoncepcional progestagênico)
Pode ser prescrito já na avaliação inicial, acelerando o início do tratamento.
Reduz a dor pélvica e dificulta o avanço da doença ao bloquear a atividade hormonal que estimula a endometriose.
Opção para mulheres que não podem ou não desejam usar métodos intrauterinos.
Apesar da decisão, a disponibilidade imediata desses tratamentos ainda depende da atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Endometriose, que está em revisão. Enquanto isso, o Ministério da Saúde orienta que pacientes consultem seus médicos para avaliação individualizada.
Impacto da medida
A endometriose é uma doença crônica e incapacitante, que pode causar dores intensas, infertilidade e impacto na qualidade de vida. A inclusão desses medicamentos no SUS representa um avanço significativo, especialmente para mulheres de baixa renda que dependem exclusivamente da rede pública.
“Essa incorporação é um marco na luta por tratamentos acessíveis e eficazes contra a endometriose no Brasil”, destacou o Ministério da Saúde em nota.
Como acessar?
Os medicamentos estarão disponíveis após a atualização do PCDT.
Pacientes devem procurar unidades básicas de saúde e ambulatórios especializados para avaliação médica.
A medida reforça o compromisso do SUS com a saúde da mulher e a redução das desigualdades no acesso a tratamentos.