Governo de MS suspende queima controlada em todo o Estado devido à estiagem severa

Medida preventiva valerá de 1º de agosto a 30 de novembro diante da previsão de trimestre mais seco e quente

Thais Dias

O Governo de Mato Grosso do Sul anunciou nesta terça-feira (22) a decisão de suspender as autorizações para queima controlada em todo o território estadual a partir de 1º de agosto. A portaria, que deve ser publicada nos próximos dias, foi definida durante reunião do Centro Integrado de Coordenação Estadual (Cicoe) na sala de crise da Polícia Militar, como resposta ao agravamento da estiagem e às projeções climáticas desfavoráveis para os próximos meses.

A medida, que se estenderá até 30 de novembro, foi motivada pelo cenário de seca intensa, principalmente na região norte do Estado, e por dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec) que apontam para um período agosto-outubro com chuvas abaixo da média histórica e temperaturas elevadas. “Estamos no início de um período crítico, com déficit hídrico e previsão de calor extremo. A suspensão das queimas é uma ação necessária para reduzir riscos de incêndios florestais”, explicou Jaime Verruck, secretário da Semadesc.

Contexto climático preocupante
Dados apresentados pela meteorologista Valesca Fernandes, do Cemtec, revelam que, apesar da redução de 54,2% nos focos de incêndio em comparação com 2024, municípios como Corumbá e Porto Murtinho já acumulam 43 dias sem chuvas significativas – em Campo Grande, são 28 dias. As regiões norte e nordeste do Estado estão em alerta, com algumas áreas classificadas como “alerta alto”.

A queima controlada, técnica utilizada para manejo agrícola e prevenção de incêndios maiores, só será permitida em casos excepcionais, mediante análise específica. O Cicoe reforçou a necessidade de fiscalização rigorosa e campanhas de conscientização para evitar práticas irregulares com fogo neste período.

A portaria deve ser publicada no Diário Oficial do Estado ainda esta semana, com detalhes sobre as exceções e medidas de controle. Enquanto isso, órgãos ambientais e de defesa civil intensificam o monitoramento em áreas críticas, especialmente no Pantanal, bioma historicamente vulnerável a incêndios durante a seca.

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Edição 255