PF desmonta esquema de fraude em licitações do DNIT que movimentou R$ 224 milhões em MS

Operação apreende carros de luxo, joias e obras de arte em investigação contra construtora suspeita de manipular contratos para obras em sete rodovias federais

Thais Dias

A Polícia Federal deflagrou ontem (22) uma operação para investigar supostas fraudes em licitações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) envolvendo a construtora LCM Construção e Comércio S.A. A empresa, que teve contratos de R$ 224 milhões com o órgão federal entre 2021 e 2024 para manutenção de 695 quilômetros de rodovias em Mato Grosso do Sul, é suspeita de participar de um esquema de direcionamento de licitações, lavagem de dinheiro e desvio de verbas públicas.

Durante a operação, foram apreendidos três carros de luxo, 13 obras de arte, relógios de grife, joias, além de armas e munições em imóveis ligados aos investigados na cidade de Nova Lima, em Minas Gerais. O alvo principal das investigações é o diretor-presidente da LCM, Luiz Otávio Fontes Junqueira, acusado de coordenar o esquema e realizar saques fracionados que somam R$ 680 mil.

Em Mato Grosso do Sul, a LCM foi responsável por obras em trechos estratégicos de sete rodovias federais, incluindo a BR-163 (entre Corumbá e Três Lagoas), BR-267 (de Guia Lopes da Laguna até a fronteira com o Paraguai) e a travessia urbana da BR-463 em Dourados. O contrato mais recente, publicado em junho no Diário Oficial da União, prevê a manutenção de 300 km das BRs-158 e 262, no valor de R$ 46,7 milhões, dentro do programa BR-Legal 2 do Ministério dos Transportes.

Apesar de mandados de busca e apreensão terem sido expedidos para Campo Grande, a Superintendência da PF no estado confirmou que não foi possível cumpri-los nesta etapa da operação. Os investigadores apontam que a empresa teria manipulado processos licitatórios para garantir os contratos com o DNIT.

O DNIT informou que está cooperando com as investigações e que todos os contratos foram realizados dentro dos trâmites legais. A LCM Construção e Comércio S.A. não se manifestou sobre as acusações até o momento. A Polícia Federal deve encaminhar os documentos apreendidos ao Ministério Público Federal para análise de possíveis crimes de fraude em licitação, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Novas diligências devem ocorrer nos próximos dias em endereços ligados aos investigados em Mato Grosso do Sul.

 

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Edição 254