Missão de senadores do MS consegue recuo de Trump em tarifas para produtos brasileiros

Tereza Cristina e Nelsinho Trad lideraram negociações que resultaram em possível isenção para café, laranja e frutas; medida começa valer nesta sexta

Thais Dias

A missão oficial do Senado brasileiro aos Estados Unidos, liderada pelos sul-mato-grossenses Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP), obteve um recuo parcial do governo norte-americano nas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Apensar da medida começar a valer nesta sexta-feira (data), o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, sinalizou que itens como café, laranja, manga, abacaxi e cacau – não produzidos em escala nos EUA – podem ter a taxação zerada.

O avanço foi conquistado após intensas negociações da comitiva com a U.S. Chamber of Commerce e gigantes como Cargill, ExxonMobil, Johnson & Johnson e Caterpillar. “As empresas mostraram a Trump os prejuízos que teriam com o ‘tarifaço’, que encareceria produtos para o consumidor americano”, explicou Tereza Cristina, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Pressão empresarial
A senadora destacou que o Brasil é insubstituível no fornecimento de café e suco de laranja para os EUA: “Nenhum outro país tem capacidade para atender essa demanda”. A mobilização das empresas fez com que Lutnick classificasse esses produtos como “recursos naturais” passíveis de isenção. Ainda assim, o governo americano não confirmou quais exportadores seriam beneficiados.

Críticas a Lula e ponte institucional
Tereza Cristina criticou a falta de diálogo do presidente Lula com Trump: “A relação de 200 anos não pode acabar por desavenças pessoais. Enquanto Lula se recusa a negociar, estamos aqui fazendo o impossível”. Já Nelsinho Trad enfatizou o caráter técnico da missão: “Viemos com dados, não com ideologia. O ‘não’ já tínhamos; buscamos o ‘sim'”.

A comitiva também se reuniu com senadores democratas e republicanos no Capitólio para alertar sobre o cenário “perde-perde” das tarifas. “Esta missão é o primeiro passo para reconstruir pontes entre os parlamentos”, afirmou Trad.
Os senadores afirmaram que a decisão final depende agora do governo brasileiro, que precisará avançar nas discussões técnicas com os EUA. “Abrimos o canal, mas o tempo urge”, concluiu Tereza Cristina.

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Edição 255