Caso que envolveu R$ 200 mil em propinas para liberar carros apreendidos chega ao fim com demissões no Diário Oficial
Thais Dias
A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Mato Grosso do Sul oficializou nesta terça-feira (5) a demissão de cinco servidores públicos condenados por participação em um esquema de corrupção que movimentou quase R$ 200 mil em propinas. A decisão, publicada no Diário Oficial, atinge dois delegados, um escrivão, um investigador e um perito da Polícia Civil, todos envolvidos na Operação Codicia, deflagrada em 2022 pelo Gaeco.
Os condenados – os delegados Patrick Linares da Costa e Rodrigo Blonkowski, o escrivão Jonatas Pontes Gusmão, o investigador Márcio André Molina Azevedo e o perito Rogério Insfran Ocampos – receberam penas entre 8 anos e 5 meses e 11 anos e 8 meses de prisão em regime fechado, além de multas. O esquema criminoso transformou as delegacias de Ponta Porã, cidade na fronteira com o Paraguai, em um verdadeiro “balcão de negócios” para liberação irregular de veículos apreendidos.
O caso ganhou notoriedade quando, em 2023, os acusados foram inicialmente absolvidos em primeira instância, decisão posteriormente revertida pelo Tribunal de Justiça de MS em 2024. A investigação revelou que o policial aposentado Valdenei Peromale atuava como intermediário, recebendo R$ 184,7 mil em transações suspeitas que eram repassadas aos demais envolvidos.
Um dos momentos mais emblemáticos ocorreu quando Patrick Linares da Costa, então delegado acusado de liderar o esquema, teve seu nome retirado da lista de posse como juiz substituto do TJMS, cargo conquistado em concurso público, apenas dois dias após a deflagração da operação. As demissões marcam o encerramento deste capítulo de corrupção institucional em Mato Grosso do Sul.
Descrição da Imagem: Delegados Patrick (à esquerda) e Rodrigo (à direita) ambos condenados por corrupção
(Foto: Reprodução)