Yuri Amorim confessou envolvimento no crime após dois depoimentos em que negou participação; investigações incluem nova perícia no sítio onde ocorreu o homicídio
Em um terceiro depoimento prestado nesta segunda-feira (18) em São José do Rio Preto, Yuri Amorim, preso desde 10 de julho, admitiu pela primeira vez sua participação na morte de Carmen Oliveira, desaparecida desde 12 de junho em Ilha Solteira. No entanto, ele atribuiu o homicídio ao policial militar ambiental aposentado Roberto Oliveira, que, por sua vez, já havia acusado Yuri pelo crime em depoimento no final de julho.
Yuri detalhou ao delegado Miguel Gomes da Rocha Neto toda a sequência do crime, que teria ocorrido no sítio localizado no Assentamento Estrela da Ilha, zona rural de Ilha Solteira. Segundo sua versão, ao chegar no local após passar pela casa de Roberto (que não estava presente), Carmen iniciou uma discussão cobrando que assumissem um relacionamento. Yuri alega que não era namorado da vítima e que ela fazia ligações insistentes diariamente.
A situação escalou quando Carmen, segundo Yuri, pegou uma faca na cozinha e o atacou, dizendo que “ia matar ele e se matar”. Ao se defender, Yuri afirma que a puxou pelos cabelos, jogou-a no chão e que ela bateu a cabeça e desmaiou. Foi então que Roberto chegou ao local e, de acordo com Yuri, utilizou uma barra de ferro e uma faca para matar Carmen – que ainda estaria inconsciente no chão.
Yuri confessou que ajudou a arrastar o corpo para um curral, onde o colocaram sobre uma lona. Ambos rasparam a terra com sangue e a guardaram em um balde. O corpo de Carmen, sua bicicleta elétrica e as armas do crime teriam sido levados para a margem do Rio São José dos Dourados. Yuri também admitiu ter apagado os arquivos do celular de Carmen, quebrado o aparelho e descartado tudo no acostamento de uma rodovia. Ele alega que Roberto foi o responsável por desaparecer com o corpo e outros evidence, e que lavaram a cena do crime juntos. Questionado sobre um galão de gasolina comprado após o crime, Yuri disse que foi usado para queimar pertences de Carmen e roupas usadas por eles.
O delegado Miguel Rocha informou que uma nova perícia será realizada no sítio nesta terça-feira (19), com uso de luminol no local exato onde o crime ocorreu. Um laudo preliminar já identificou sangue humano em um calçado e uma roupa dos suspeitos – agora aguardando exame de DNA para confirmação se é de Carmen. “Com as duas versões, está confirmado definitivamente que houve um homicídio. Resta saber onde está o corpo”, disse o delegado.
Os próximos passos incluem a reconstituição do crime com Yuri e Roberto separadamente. O delegado afirmou que já esperava pela mudança no depoimento de Yuri: “É uma forma dele se defender das acusações do Roberto”.