Governador de MS assume vice-presidência nacional do partido em evento que também marca federação PP-União; mudança era articulada desde derrotas do PSDB em 2022

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), põe fim a uma novela partidária que se arrastava há quase um ano. Nesta terça-feira (19), ele desembarca em Brasília para oficializar sua saída do PSDB e sua filiação ao Partido Progressistas (PP). A mudança será sacramentada durante a convenção nacional da legenda, no Auditório Petrônio Portela, no Senado Federal, um evento que também marcará a formalização da federação entre PP e União Brasil.

A transição ganhou ritmo acelerado na última segunda-feira (18), quando Riedel se reuniu com a cúpula tucana no estado para formalizar sua desfiliação. O encontro contou com a presença do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, do ex-governador Reinaldo Azambuja, e dos deputados federais Beto Pereira, Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende.

No PP, Riedel não será um filiado qualquer. Imediatamente após a homologação de sua ficha, ele assumirá um cargo de destaque: uma das vice-presidências da Executiva Nacional do partido, posição que dividirá com a senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina, uma das principais articuladoras da sua entrada na legenda.

A mudança é vista como uma estratégia do governador para ampliar sua base de apoio e influência no cenário político nacional. Desde as eleições de 2022, quando o PSDB sofreu severas derrotas e viu seu espaço encolher no Congresso, Riedel vinha avaliando alternativas. Entre os partidos cotados para abrigá-lo estavam PSD e Republicanos, mas o PP sempre foi o favorito, puxado pela força local da senadora Tereza Cristina e pela liderança nacional do senador Ciro Nogueira.

A troca de partido altera significativamente o tabuleiro político em Mato Grosso do Sul. O PP fortalece sua presença no estado, onde já governa a capital, Campo Grande, com a prefeita Adriane Lopes, e conta com 16 prefeitos. No entanto, o PSDB, mesmo sem o governador, mantém uma forte base municipal, sendo a maior força do estado com 44 das 79 prefeituras.

A filiação ao PP alinha Riedel a uma bancada mais influente no Congresso Nacional, potentially facilitando a captação de recursos e a articulação para aprovação de projetos de interesse do estado. A mudança consolida uma nova fase na política sul-mato-grossense, com o governador agora integrado a uma das maiores bancadas do centrão no país.