Financeira, que venceu 25 dos 26 lotes de pagamento de benefícios em 2023, é acusada de práticas abusivas; medida não afeta quem já recebe pela empresa
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu preventivamente nesta quinta-feira (21) todos os contratos com a financeira Crefisa devido a uma série de irregularidades no atendimento a aposentados e pensionistas. A decisão, publicada no Diário Oficial da União, visa interromper práticas consideradas abusivas até a conclusão das investigações.
A Crefisa havia vencido, no ano passado, 25 dos 26 lotes do leilão da folha de pagamento de novos benefícios, tornando-se a principal responsável pelo serviço em todo o país. No entanto, o presidente do INSS, Gilberto Waller, listou seis falhas graves na operação da empresa:
- Dificuldade ou impedimento no recebimento de benefícios, incluindo atrasos e recusas de pagamento;
- Coação para abertura de conta corrente e venda casada de produtos;
- Estrutura precária nas agências, com filas extensas, falta de caixas eletrônicos e espaços inadequados;
- Portabilidades não autorizadas de benefícios;
- Ausência de sistema de triagem e emissão de senhas;
- Falta de informações claras e atendimento insuficiente.
De acordo com o INSS, as queixas contra a Crefisa vinham sendo registradas por Procons, Ministério Público Federal (MPF), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e diretamente pelos segurados nos canais oficiais da autarquia.
A medida não afeta os beneficiários que já recebem seus pagamentos pela Crefisa, mas suspende a concessão de novos benefícios que seriam vinculados à financeira. Esta é a segunda ação do tipo em pouco tempo: no dia 12 de agosto, o INSS já havia suspendido os contratos com o Agibank por problemas similares.
A suspensão preventiva tem como objetivo interromper as irregularidades e proteger os interesses dos aposentados e pensionistas enquanto o processo de apuração segue em andamento. O caso continuará sendo investigado até uma decisão definitiva sobre os contratos com a Crefisa.
