Retomada do restaurante universitário põe fim a longo impasse judicial e garante refeições subsidiadas a estudantes; caso envolveu até investigação da PF

Após sete meses de portas fechadas, o Restaurante Universitário (RU) do campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) reabriu nesta segunda-feira (8). A volta do serviço, essencial para a permanência de estudantes de baixa renda, ocorre após meses de protestos, disputas judiciais e uma investigação da Polícia Federal que revelou fraudes no contrato anterior.

A reabertura traz uma novidade: além do almoço e jantar, o RU passará a oferecer café da manhã. Os valores das refeições foram mantidos com subsídio significativo para alunos em situação de vulnerabilidade:

• Estudantes de graduação vulneráveis: R$ 3,00

• Demais estudantes de graduação: R$ 15,51

• Pós-graduandos vulneráveis: R$ 10,00

• Servidores, terceirizados e comunidade externa: R$ 15,51

O fechamento do restaurante em fevereiro ocorreu após a PF identificar que a empresa responsável pelo serviço recebia recursos por refeições servidas a alunos “fantasmas”. Com a rescisão do contrato, a UFMS não realizou nova licitação imediatamente, deixando centenas de estudantes sem acesso à alimentação no campus.

Como medida paliativa, a universidade ofereceu um auxílio emergencial de R$ 300, mas a demanda superou em muito a oferta: das mais de 500 inscrições, apenas 160 vagas foram inicialmente disponibilizadas — depois ampliadas para 354. Insatisfeitos, os estudantes organizaram protestos em abril, que resultaram em ações judiciais movidas pela UFMS contra os manifestantes.

O impasse foi resolvido com a intervenção da Defensoria Pública. A Justiça determinou o aumento do auxílio para R$ 660 e garantiu alimentação para os estudantes em vulnerabilidade até a reabertura do RU.

A retomada do restaurante é celebrada como uma vitória coletiva. Além de assegurar o direito à alimentação a preço acessível, o caso evidenciou a importância da mobilização estudantil e do controle social sobre serviços essenciais nas universidades públicas.