Secretário estadual de Meio Ambiente, Jaime Verruck, prevê conclusão do licenciamento da Bracell em Bataguassu, com investimento de R$ 24,3 bilhões
Nos próximos meses, Mato Grosso do Sul dará mais um passo para consolidar sua posição como polo nacional da indústria de celulose. De acordo com o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a instalação da nova megafábrica da Bracell, no município de Bataguassu, a 310 km de Campo Grande, deve ter todas as licenças ambientais concedidas até fevereiro de 2026.
O processo de licenciamento está atualmente em análise pelo Conselho Estadual de Controle Ambiental. A expectativa é que a licença prévia seja aprovada até o início de novembro, seguindo-se a emissão da Licença de Instalação (LI) pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).
A planta industrial, que receberá um investimento de US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 24,3 bilhões), terá capacidade para produzir 2,8 milhões de toneladas anuais de celulose — incluindo pela primeira vez no estado o tipo solúvel, além da celulose kraft.
Plano Básico Ambiental e contrapartidas
Durante a tramitação das licenças, será discutido o Plano Básico Ambiental, que define as contrapartidas da empresa para atividades não mitigáveis, como construção de hospitais, moradias e apoio a políticas públicas.
“A previsão é que no início de fevereiro se faça a entrega oficial da licença de instalação da Bracell no município de Bataguassu”, afirmou Verruck, durante evento promovido pela empresa em São Paulo.
A Bracell já adiantou uma de suas principais metas ambientais: a empresa preserva atualmente 1,08 hectare de mata nativa para cada hectare de floresta plantada, superando a média do setor, que é de 0,7 hectare preservado.
Em Mato Grosso do Sul, a empresa atuará em uma área total de aproximadamente 400 mil hectares, localizada em Bataguassu e municípios vizinhos como Água Clara, Santa Rita do Pardo e Ribas do Rio Pardo.
Cenário atual e futuros investimentos
Com a chegada da Bracell, Mato Grosso do Sul reforça a região conhecida como Vale da Celulose. Atualmente, o estado já conta com:
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Arauco (Inocência): maior fábrica do mundo em construção, com previsão de produção de 3,5 milhões de toneladas/ano e investimento de US$ 4,6 bilhões;
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Eldorado Brasil (Três Lagoas): segunda linha em planejamento, com capacidade para 2,5 milhões de toneladas/ano e investimento entre US$ 4,5 bi e US$ 5 bi.
Somadas às unidades da Suzano — duas em Três Lagoas e uma em Ribas do Rio Pardo — e à primeira linha da Eldorado, a capacidade total de produção de celulose no estado chegará a patamares ainda mais expressivos, consolidando a trajetória de crescimento do setor no Centro-Oeste.