Maria Diogo (PT) votou contra as contas de 2021 do ex-prefeito Ângelo Guerreiro, aprovadas com ressalvas, e defendeu que parlamentares não devem julgar mandatos anteriores ao seu
A Câmara Municipal de Três Lagoas aprovou nesta quinta-feira (23) o Projeto de Decreto Legislativo que acata o Parecer Prévio do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MS) sobre as contas do exercício de 2021 da prefeitura, referentes à gestão do então prefeito Ângelo Guerreiro. A sessão, no entanto, teve um voto dissidente: o da vereadora Maria Diogo (PT), que foi a única a votar contra a aprovação das contas.
Em sua justificativa, a parlamentar de primeiro mandato criticou veementemente a morosidade do TCE/MS ao enviar para análise da Casa, apenas em 2025, as contas de um exercício de quatro anos atrás. “Eu não concordo com essa morosidade do Tribunal de Contas de estar mandando no ano de 2025 uma aprovação de contas referente ao ano de 2021, período que eu não estava aqui na Câmara Municipal”, declarou. Maria Diogo afirmou que essa defasagem faz com que os vereadores atuais passem o mandato julgando gestões passadas, e não a sua contemporânea. “Eu vou ficar aqui dentro da Câmara votando só prestação de contas do mandato anterior, que eu não participei, eu não concordo com isso”, disse, propondo que o Tribunal faça um mutirão para agilizar a análise das contas dos municípios.
Além do atraso, a vereadora listou as ressalvas apresentadas pelo TCE/MS que a fizeram votar contra. O relatório aprovava as contas, mas apontava problemas como a falta de envio de documentos obrigatórios, o envio fora do prazo de balancetes mensais, uma impropriedade no registro contábil do déficit do RPPS (que já foi sanada) e distorções nos saldos de caixa em relação aos extratos bancários. “É óbvio que se vier uma prestação de contas sem ressalvas vai ter o meu voto positivo. Mas devido a essas ressalvas e devido ao meu trabalho frente à presidência do Sinted por tantos anos e tantas cobranças… tem algumas coisas que ficaram para trás e que eu não concordo, então por isso o meu voto é contrário”, explicou.
Após a votação, ao conversar com a imprensa, Maria Diogo reafirmou sua posição. “Eu não estava aqui nessa Casa de Leis, na vigência do mandato anterior. Portanto, eu não me sinto na obrigação de aprovar a prestação de conta de um mandato anterior, onde eu não estava aqui, onde eu não concordo com o Tribunal de Contas, essa morosidade deles”. Ela também cobrou maior rigor com os prazos, argumentando que assim como os servidores são cobrados, a gestão pública deve cumprir suas obrigações tempestivamente. A vereadora se comprometeu a fiscalizar para que a atual gestão envie os balancetes dentro do prazo, assegurando que a situação se regularize para as próximas prestações de contas.