Em meio à tensão no interior de Mato Grosso do Sul, o governador Eduardo Riedel (PP) usou suas redes sociais neste domingo (26) para se posicionar sobre os conflitos ocorridos no município de Caarapó. O chefe do executivo estadual afirmou que “organizações” estão por trás dos ataques a fazendas, acusando-as de aliciar indígenas Guarani-Kaiowá para participar das ações violentas.
De acordo com Riedel, uma reunião de emergência foi convocada na manhã de hoje com sua equipe de governo “para determinar rigorosa investigação e punição dos responsáveis por mais uma invasão de propriedade rural”. O governador descreveu os danos causados durante o incidente na área rural, onde se localiza a Fazenda Ipuitã: “terminou com a expulsão dos proprietários, destruição de maquinário, insumos e a sede incendiada e destruída”.
A crise teve início no sábado (25), quando a situação voltou a se agravar entre fazendeiros e indígenas na região, exigindo a atuação do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) para tentar apaziguar os ânimos e restaurar a ordem no local.
Em suas declarações, Riedel adotou um tom contundente ao afirmar que as forças de segurança do estado já estão em ação “para responsabilizar estas organizações de aliciamento, manipulação e exploração da boa fé de um reduzido número de indígenas”. O governador buscou fazer uma distinção entre o que classificou como um “grupo criminoso” e a maioria das comunidades indígenas, que segundo ele são “atendidas diariamente por políticas públicas efetivas”.

A fala do governador representa uma tentativa de enquadrar o conflito fundiário na perspectiva da segurança pública, atribuindo a autoria das ações violentas a entidades externas que estariam manipulando os indígenas. Esta abordagem contrasta com visões que entendem os conflitos como resultado de disputas territoriais históricas e da demora na demarcação de terras indígenas.
O caso ocorre em uma região historicamente marcada por tensões entre comunidades indígenas e produtores rurais, com ambos os grupos reivindicando direitos sobre as terras. Enquanto as investigações prosseguem, a população local aguarda medidas concretas para evitar a escalada da violência e uma solução definitiva para o impasse fundiário.











