Megaoperação no Rio deixa 20 mortos, incluindo dois policiais, e apreende 31 fuzis em complexos do Alemão e da Penha

Ação de 2,5 mil agentes, uma das maiores do ano, visa desarticular lideranças do Comando Vermelho; facção reagiu com drones adaptados para lançar bombas

 

 Uma megaoperação de segurança mobilizou 2,5 mil policiais civis e militares nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, nesta terça-feira (28). O saldo foi de intensos confrontos: ao menos dois policiais civis e 18 criminosos mortos, além de 56 presos e 31 fuzis apreendidos. A ação, batizada de “Operação Contenção”, foi alvo de uma reação violenta da facção Comando Vermelho (CV), que utilizou drones para lançar bombas contra os agentes.

O governador Cláudio Castro (PL) deu detalhes do operação em coletiva de imprensa no início da tarde. Ele confirmou que policiais foram baleados e mortos, mas não divulgou números oficiais, que foram apurados com a corporação. Castro alertou para um possível cenário de retaliações pela facção.

“Estamos em estado de atenção e alerta para possíveis retaliações. Então, a polícia está toda na rua e todos os batalhões estão em prontidão. Já temos relatos deles tentarem fechar a Avenida Brasil, tentarem fechar outras vias para desviar”, disse o governador.

Além das 31 armas de grande poder de fogo apreendidas, foi encontrada uma grande quantidade de drogas, que ainda não pode ser quantificada porque os policiais ainda estão em meio ao combate.

Investigações e Objetivo

A operação, que conta com o apoio de promotores do Ministério Público Estadual, foi deflagrada após mais de um ano de investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão.

De acordo com a Polícia Civil do Rio, a “Operação Contenção” tem como objetivo capturar lideranças criminosas do Rio e de outros estados e combater a expansão territorial do Comando Vermelho. Os complexos do Alemão e da Penha, alvos da ação, abrigam 26 comunidades.

Estrutura e Reação Criminosa

A operação é uma das mais robustas do ano em termos de recursos. Para garantir a eficácia da ação, foram mobilizados drones, dois helicópteros, 32 blindados terrestres, 12 veículos de demolição do Núcleo de Apoio às Operações Especiais da PM e ambulâncias para resgate.

A reação dos criminosos, no entanto, também mostrou sofisticação. A facção utilizou drones adaptados para lançar bombas contra as tropas policiais, uma tática que tem se tornado mais comum nos conflitos no estado.

Do lado da Polícia Civil, foram mobilizados agentes de todas as delegacias especializadas, distritais, da CORE (Coordenadoria de Recursos Especiais), do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e da Subsecretaria de Inteligência. A Polícia Militar participou com efetivos do Comando de Operações Especiais (COE) e das unidades operacionais da capital e região metropolitana.

A situação nas áreas dos complexos segue tensa, com troca de tiros e operações de rua em andamento.

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Edição 262