Mato Grosso do Sul acompanha o expressivo crescimento nacional das uniões homoafetivas, com 12.379 sul-mato-grossenses declarando viver em união com parceiros do mesmo sexo. Os dados são do suplemento Nupcialidade e Família do Censo 2022, divulgado nesta quarta-feira (5) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O número, embora represente uma parcela ainda pequena do total de 1.216.317 pessoas em união no estado, revela um avanço significativo na visibilidade e no reconhecimento social e legal dessas relações.
Do total de uniões homoafetivas no estado:
-
4.711 são homens com cônjuges do mesmo sexo
-
7.668 são mulheres em uniões com outras mulheres
Isso significa que as mulheres representam cerca de 62% das uniões homoafetivas identificadas em Mato Grosso do Sul.

Cenário nacional: crescimento de 728% em 12 anos
O Brasil registrou um aumento extraordinário de 728% no número de casais homoafetivos entre 2010 e 2022. Em números absolutos, o país saltou de 58 mil casais do mesmo sexo em 2010 para 480 mil em 2022 – um crescimento de mais de oito vezes.
Em termos percentuais, essas uniões passaram de 0,1% para 0,7% do total de unidades domésticas recenseadas no país.
Os dados nacionais revelam que a maioria desses casais (77,6%) vive em união consensual, sem registro civil formal. Apenas 13,5% oficializaram o relacionamento no cartório.
Esse padrão indica que, mesmo após a resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de 2013 – que garantiu o direito ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo em todo o território nacional -, a formalização ainda não é a opção da maioria.
O Censo 2022 é o primeiro levantamento demográfico do IBGE a detalhar com precisão a composição e o tipo de união dessas famílias, permitindo compreender melhor as novas configurações familiares brasileiras.
A ampliação das uniões homoafetivas em Mato Grosso do Sul acompanha transformações sociais e jurídicas que marcaram o país nos últimos anos. Desde o reconhecimento do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2011 e a regulamentação pelo CNJ em 2013, o Brasil vem consolidando direitos civis iguais para casais homoafetivos.
A presença de mais de 12 mil pessoas vivendo em uniões homoafetivas no estado evidencia não apenas o reflexo dessas conquistas legais, mas também um movimento de maior aceitação social e liberdade para que casais do mesmo sexo declarem sua condição abertamente.
Os dados do IBGE oferecem um retrato inédito e mais completo das famílias brasileiras, mostrando que Mato Grosso do Sul, assim como o restante do país, acompanha a mudança de paradigmas em torno da diversidade afetiva e da composição familiar no século 21.











