Operação Successione: Gaeco cumpre 20 mandados de prisão contra familiares e aliados do deputado

Ação na 4ª fase da operação mira suposta reorganização do jogo do bicho em MS e tem alvos em três estados; chefe de gabinete do parlamentar e pai dele estão entre os investigados

 

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou, na manhã desta terça-feira (25), a quarta fase da Operação Successione. A ação tem como alvo familiares e um empresário próximos ao deputado estadual Neno Razuk (PL). A operação investiga a sucessão e reorganização do esquema de jogo do bicho na capital campo-grandense, após a queda da família Name, em 2019.

Ao todo, estão sendo cumpridos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão. As ordens judiciais são executadas simultaneamente em cidades de Mato Grosso do Sul – Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã – e também em endereços nos estados do Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

A operação conta com apoio operacional do Batalhão de Choque, do Bope, da Corregedoria da PM e da Força Tática.

Alvos de Destaque

Entre os alvos principais desta fase estão:

  • Roberto Razuk: Ex-deputado e pai do parlamentar Neno Razuk. Equipes cumpriram mandado de busca e apreensão em sua residência, em Dourados.

  • Sérgio Donizete Balthazar: Dono da empresa Criativa Technology. A ação ocorreu em sua casa. Ele entrou com um mandado de segurança no início do ano para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

  • Marco Aurélio Horta (“Marquinho”): Chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há quase vinte anos.

  • Rhiad Abdulahad: Teve seu escritório na Capital alvo de mandados de busca e apreensão.

  • Irmãos do Parlamentar: Segundo as investigações, os irmãos de Neno Razuk também estão entre os investigados.

A operação segue em andamento, e novas informações devem ser divulgadas ao longo do dia.

O nome da operação, “Successione” (Sucessão, em italiano), é uma referência direta à disputa pelo controle do jogo do bicho em Campo Grande após a Operação Omertá, em 2019. Naquele ano, foram presos Jamil Name e Jamilzinho, apontados como os donos da contravenção em Mato Grosso do Sul. Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão.

Com a queda dos Name, abriu-se um vácuo de poder que, de acordo com o Gaeco, foi sendo ocupado por novos grupos. A Successione foi deflagrada para investigar essa transição.

Cronologia da Operação Successione

  • Outubro de 2023: Antecedendo as fases da Successione, a Polícia Civil apreendeu 700 máquinas de contravenção, semelhantes a maquininhas de cartão.

  • 5 de Dezembro de 2023 (1ª Fase): Foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão. Ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram alvos.

  • 20 de Dezembro de 2023 (2ª Fase): 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão foram cumpridos. A investigação apontou que a organização criminosa mantinha a prática do jogo do bicho e que policiais militares também atuavam no esquema.

  • 3 de Janeiro de 2024 (3ª Fase): Dois envolvidos foram presos pela contravenção na Capital.

A quarta fase, deflagrada hoje, representa o maior número de prisões preventivas da operação até o momento, indicando um avanço significativo nas investigações sobre a suposta reestruturação do crime organizado ligado ao jogo ilegal no estado.

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Edição 267