Agente foi preso pela Polícia Federal em flagrante durante entrega de propina; R$ 130 mil em espécie foram apreendidos. Corregedoria da Polícia Civil instaurou procedimento administrativo
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul confirmou nesta segunda-feira (1º) a abertura de investigação para apurar o envolvimento de um de seus policiais em um esquema de contrabando de cigarros eletrônicos (vapes). O caso, que culminou com uma operação da Polícia Federal na última sexta-feira (28), teve como cenário central a cidade de Três Lagoas.
O policial identificado é Augusto Torres Galvão Florindo, lotado na Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), em Campo Grande. Ele foi preso em flagrante pela PF em Três Lagoas.
Conforme as investigações da PF, Augusto estaria envolvido na cobrança e recebimento de propina em um esquema que teria como base a venda de vapes apreendidos. No momento da prisão, os agentes federais apreenderam R$ 130 mil em dinheiro vivo.
Um ex-guarda municipal, identificado como Marcelo Raimundo da Silva, também foi preso sob suspeita de atuar no contrabando. Ambos foram detidos durante uma ação de monitoramento.
Denúncia Anônima e Operação em Três Lagoas
A investigação teve início a partir de uma denúncia anônima que alertava sobre uma mulher que sacaria uma grande quantia para pagar propina a um agente de segurança. A PF apurou que o casal envolvido, incluindo Marcelo Raimundo, tinha histórico de contrabando.
A operação de monitoramento acompanhou toda a movimentação. O ponto final do esquema foi o estacionamento de um supermercado em Três Lagoas, onde a dupla se encontrou para a entrega da sacola com o dinheiro, momento em que foram presos.
Ao ser flagrado, o policial civil Augusto afirmou que os R$ 130 mil eram provenientes da venda de produtos desviados. Ele disse que outros policiais participavam do esquema, mas não identificou ninguém. O agente também não esclareceu a origem exata das mercadorias contrabandeadas.
Já o ex-guarda municipal, Marcelo Raimundo, confirmou a venda dos cigarros eletrônicos desviados. Ele revelou que, mesmo usando tornozeleira eletrônica, continuava atuando no contrabando. Segundo seu depoimento, entregou o dinheiro a Augusto a pedido de um contrabandista de São Paulo.
Em nota oficial, a Polícia Civil do Estado informou que, assim que tomou conhecimento do fato, solicitou formalmente o procedimento investigatório à autoridade responsável e determinou a abertura imediata de um procedimento administrativo disciplinar.
A instituição ressaltou que o caso diz respeito exclusivamente ao policial investigado, “sem qualquer relação com a atuação do GARRAS”. A apuração administrativa será conduzida pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil.
“A Polícia Civil reforça que não compactua com desvios de conduta de seus servidores e tomará todas as medidas cabíveis, de forma transparente e imparcial”, concluiu a nota.











