O mercado formal de trabalho em Mato Grosso do Sul registrou em novembro o pior desempenho para o mês desde o início da série histórica do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2020. Os dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho mostram um saldo negativo de 941 empregos no Estado, marcando o 5º mês consecutivo de queda nos indicadores.

Em novembro, foram registradas 29.173 admissões contra 30.114 desligamentos, resultando em mais demissões do que contratações no período. Este é o menor saldo mensal do Estado nos últimos 11 meses. A última vez que Mato Grosso do Sul contabilizou um saldo positivo foi em julho, interrompendo uma sequência de resultados negativos que se estende desde agosto.
Apesar do resultado geral negativo, alguns setores apresentaram resiliência. O comércio foi o principal gerador de vagas, com um saldo positivo de 695 empregos, desempenho superior ao de outubro. Analistas associam o resultado ao aumento da demanda impulsionada pelos preparativos para as festas de fim de ano.
A construção civil também ficou no positivo, mas com uma geração modesta de 31 novos postos de trabalho.
Por outro lado, os demais setores fecharam o mês no vermelho:
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Serviços: Apesar de ter sido o setor que mais admitiu (10.187), foi também o que mais demitiu (10.626), resultando em um saldo negativo de -439.
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Agropecuária e Indústria: Ambos tiveram saldo negativo de -614 vagas.
Entre os trabalhadores, houve mais contratações de mulheres (saldo de +614) do que de homens (saldo de -1.555). A geração de emprego concentrou-se nos trabalhadores com ensino médio completo, com maior saldo na faixa etária até 17 anos, seguida pelos jovens de 18 a 24 anos. A faixa dos 30 a 39 anos foi a mais impactada pelas demissões, com saldo de -620.
A ocupação com melhor desempenho foi a de trabalhadores de serviços e vendedores do comércio em lojas e mercados, com 954 vagas criadas.
Mato Grosso do Sul refletiu a tendência de desaceleração observada em todo o país. Em novembro, o Brasil gerou 85,9 mil vagas formais, número 19% inferior ao registrado no mesmo mês de 2024 (106,1 mil). Este também é o pior resultado nacional para um mês de novembro desde 2020.
Nacionalmente, assim como no Estado, o comércio foi o setor mais dinâmico, criando 78 mil postos, seguido pelos serviços, com 75,1 mil vagas. No acumulado do ano, o país já criou 1,9 milhão de empregos formais.
Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, os resultados sucessivos de desaquecimento são “reflexo do impacto da taxa básica de juros elevada, atualmente em 15% ao ano”, que desacelera a atividade econômica e o investimento.
Apesar do tombo em novembro, o saldo acumulado no ano em Mato Grosso do Sul permanece positivo. De janeiro a novembro de 2025, foram admitidos 397.024 trabalhadores e desligados 366.047, resultando na criação líquida de 30.977 novos empregos com carteira assinada em 11 meses. A expectativa é de que o tradicional ritmo de contratações de dezembro possa amenizar o cenário negativo do mês anterior.











